Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Lula costura governo de coalizão com a esquerda

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Segunda, 04 de Dezembro de 2006 às 10:24, por: CdB

A semana política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou, nesta segunda-feira, com uma agenda cheia. Ele manteve encontros com os dirigentes do PC do B e do PSB, aos quais formulou, oficialmente, o convite para que integrem a aliança governista e a base de apoio no Congresso. Na realidade, ambos os partidos já participam do governo e apenas confirmaram ao presidente que permanecem como estão no novo mandato. Os principais dirigentes destas legendas conversaram durante o fim de semana e concordaram que devem continuar no governo.

Segundo um dos integrantes da cúpula do PC do B, que prefere não ser citado nominalmente, as duas legendas consideram que podem ajudar o presidente Lula no campo da esquerda. A série de alianças propostas por Lula integra também partidos de centro, como o PMDB, e de centro-direita, como o PP. O PC do B, ao contrário dos peemedebistas que reivindicam o máximo possível de cargos no governo, dá-se por satisfeito apenas com o Ministério dos Esportes. Pela tangente, no entanto, articula com o apoio do presidente da República, a permanência de Aldo Rebelo (SP) na Presidência da Câmara. Já os socialistas querem manter o Ministério da Ciência e Tecnologia, o qual controlam desde o início do governo Lula.

Tanto o PP quanto o PL, ainda esta semana, também devem se reunir com o presidente Lula. O primeiro tem por objetivo continuar no comando do Ministério das Cidades. A pasta tem um orçamento de R$ 2,61 bilhões para 2007 e vai administrar os quase R$ 20 bilhões da Caixa Econômica Federal previstos para saneamento e habitação. E o PL, que tem sob sua jurisdição o Ministério dos Transportes, também não pretende abrir mão da pasta.

Semana passada, o PMDB disse sim ao convite de Lula e passou a integrar a futura coalizão. O partido tem três ministérios gigantes: Saúde, Minas e Energia e Comunicação, mas busca outros três com o argumento de que tem as maiores bancadas na Câmara e no Senado.

O PDT, que esteve na oposição a partir da segunda metade do primeiro governo de Lula, também foi convidado a também integrar a coalizão e tende a aceitar o convite. Seus dirigentes informaram que a reunião da Executiva nacional que vai decidir se o partido fará ou não parte do governo Lula será feita na quarta-feira pela manhã, em Brasília. Presidente da legenda, Carlos Luppi considera "natural é o PDT volte a ter uma aliança com o PT, pois são velhos parceiros", disse ele a jornalistas.

Líder do partido na Câmara, Miro Teixeira (RJ) pensa a mesma coisa e diz ter certeza de que o partido sairá unido da reunião da quarta-feira.

- Vamos buscar uma proposta unitária, porque temos a preocupação de sempre pensar na unidade do partido - concluiu.

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