Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Lojas vendem papel higiênico com imagem de Bin Laden

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Domingo, 08 de Setembro de 2002 às 20:06, por: CdB

Inspiradas nos atentados de 11 de setembro, lojas em Nova York estão vendendo produtos como um papel higiênico com a imagem de Osama Bin Laden e calendários com fotos dos bombeiros de Nova York exibindo seus corpos musculosos. Os rolos de papel higiênico, que também aparecem na versão Saddam Hussein, estão em vitrines nas principais avenidas da cidade e custam US$ 3 cada. "Geralmente, é o pessoal mais jovem que compra isso. Tanto turistas quanto moradores daqui", disse um chinês, vendedor de uma loja de produtos turísticos na Broadway. O calendário, em que 12 bombeiros aparecem com a calça do uniforme, mas sem camisa, custa US$ 14. Causa nobre Para cada mês, o catálogo traz um bombeiro diferente. Em maio, por exemplo, um moreno sorridente aparece montado em um touro de madeira; em setembro, um bombeiro grisalho, já não tão musculoso assim, posa para a foto sentado na pia de uma cozinha. Mas antes que acusem os heróis de estarem lucrando com a tragédia, um aviso impresso na embalagem explica que uma parcela da arrecadação com as vendas vai para um fundo de amparo às famílias das vítimas. "Mas isso vende?", perguntei para um funcionário da loja, um chinês que, com a loja vazia, ficava me seguindo o tempo inteiro, falando sobre as "ofertas especiais". "Vende. Mais cedo passou um homem aqui e comprou cinco de uma vez só. Ele disse que ia dar de presente para os amigos", contou o chinês, rindo. "Eu não perguntei nada, ele é que disse que ia dar para os amigos. Não quero saber o que ele vai fazer com o calendário, não quero saber o que os amigos dele vão fazer com o calendário, só quero vender", disse o chinês. Caricaturas O mercado criado após a tragédia inclui também caricaturistas que, nas ruas próximas ao Ponto Zero, desenham por US$ 30 uma caricatura do cliente com as duas torres do World Trade Center ao fundo. Leia também: Cerca de 3,5 milhões de turistas terao visitado Ponto Zero até o fim do ano "Você desenha as torres em chamas também ou o avião se aproximando?", perguntei. "Posso desenhar se você quiser, mas nunca me pediram isso antes. O que pedem para eu fazer é desenhar as torres inteiras e assinar com a data 11 de setembro de 2001", disse o caricaturista, também chinês. Aliás, a grande maioria das quinquilharias inspiradas no 11 de setembro, à venda nos principais pontos tturísticos da cidade, é fabricada na China. E são os próprios chineses que dominam esse mercado, trabalhando principalmente como camelôs nas ruas. Eles vendem minirréplicas das torres, chaveiros das torres, canetas com os desenhos das torres, broches no formato das torres. Agora que não existem mais, elas estão por toda a parte. Chega a ser difícil encontrar, por exemplo, um cartão da cidade sem o World Trade Center. A oferta de produtos é grande, mas muitas lojas não vendem quase nada o dia inteiro. "O movimento caiu mais um pouco em setembro. Acho que pouca gente esta vindo por causa do medo de um novo atentado", disse um guia turístico que levava um grupo de várias nacionalidades para conhecer o Ponto Zero.

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