Lille é a nova capital européia da cultura

A cidade francesa de Lille inaugura neste sábado, em grande estilo, seu status de nova capital européia da cultura com uma festa pública e com a programação de mais de 2.000 atos aos quais espera que participem vários milhões de visitantes.

-É um programa formidável, que destaca a criação e o patrimônio cultural do norte da Europa- diz a prefeita de Lille, a socialista Martine Aubry.

Para a cerimônia de abertura de Lille 2004, os organizadores previram mais de mil músicos, um desfile pelas ruas da cidade, uma valsa e um grande show popular.

Há vários dias e ajudados pelos meios de comunicação, os organizadores dos atos de inauguração pediram aos presentes que vão vestidos de branco.

Depois da cidade belga de Bruges (2002) e a austríaca de Graz (2003), Lille compartirá em 2004 a honra de ser a capital européia da cultura com o porto italiano de Gênova.

Situada no noroeste francês, a uma hora de Paris, a uma hora e 40 minutos de Londres e a 40 minutos de Bruxelas, Lille espera receber vários milhões de visitantes aos quais mostrará sua recuperação da crise industrial mineradora, metalúrgica e têxtil.

Para organizar sua programação cultural e melhorar seu aspecto urbano, esta cidade contou com 150 milhões de euros.

As primeiras notas da festa soarão esta tarde, às 18.30 GMT (16.30 de Brasília), na esplanada da Estação Lille-Flandres, onde uma grande orquestra de mil músicos e coristas interpretarão "Le Chant dês Chemins de fer", composta por Hector Berlioz em 1846, quando se inaugurou a linha ferroviária que a uniu à capital francesa.

Concluído esse primeiro mega-concerto, o Grupo F, inventor de espetáculos de rua pirotécnicos porá em cena efeitos luminosos antes de dar saída a um grande desfile popular, que percorrerá as principais artérias da cidade.

Canhões de neve, projetores de imagens, música eletrônica e inúmeros efeitos especiais, darão realce ao cortejo, que terminará às 22.00 GMT (20.00 de Brasília), justo antes do início do "baile branco de Santa Claus (São Nicolau)", em Lille, e em outras cidades da região.

Este baile inaugural tentará reviver um espetáculo que relata em seu "Autorretato" o fotógrafo Man Ray e que foi oferecido pelo conde e a condessa Pecci-Blunt, quando o artista projetou um filme sobre as fantasias brancas dos convidados que formavam uma "espécie de tela em movimento".