O líder islâmico do Egito criticou o presidente do Iraque por não ter buscado exílio, poupando seu país do trauma de uma invasão.
O sheik Muhammad Sayyed Tantawi, grande imã da mesquita Al-Azhar, no Cairo, disse que a opressão do povo iraquiano por Saddam Hussein e as guerras travadas por ele contra o Irã e o Kuwait tinham sido “terrorismo”.
Mas o homem tido como a mais alta autoridade religiosa dos muçulmanos sunitas também acusou os Estados Unidos e Grã-Bretanha de fazerrem uma “agressão injusta” contra o povo iraquiano.
“Quem quer que ataque outros, derramando sangue, ferindo a honra e a terra do outro, é um terrorista”, disse o imã, em uma referência à coalizão liderada pelos Estados Unidos.
O Sheik Tantawi disse que a guerra não era uma cruzada contra o islamismo e condenou Saddam Hussein por não aceitar um pedido dos Emirados Árabes para que ele renunciasse, evitando a guerra.
“Se a iniciativa tivesse sido levada adiante, o sangue de muitos muçulmanos teria sido poupado e nós não estaríamos vendo o massacre da população iraquiana”, ele disse.
“A guerra contra o povo iraquiano tem de parar assim que possível”, acrescentou Tantawi durante uma coletiva para a imprensa na mesquita.
Embora tenha sido nomeado pelo governo egípcio, o sheik Tantawi é considerado o líder espiritual de 1 bilhão de muçulmanos sunitas – incluindo grupos que apóiam Saddam Hussein.
O líder religioso deu sua benção a voluntários que queiram ajudar os iraquianos a lutar contra os invasores, até mesmo aqueles dispostos a fazer ataques suicidas.
“Quem quer que queira ir apoiar o povo iraquiano, eu digo que é bem-vindo”, disse.
“Operações envolvendo mártires para combater forças invasoras são permitidas pela lei islâmica”, acrescentou.