O líder druso Walid Yumblatt voltou a exigir neste sábado a demissão das principais autoridades de segurança do Líbano, pois, na sua opinião, eles impedem o esclarecimento do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri.
Em entrevista coletiva concedida em sua casa, o ameaçado líder opositor também demonstrou sua satisfação com o relatório divulgado na quinta-feira pela ONU, o qual, no seu entender, "atende a algumas exigências da oposição".
Yumblatt também afirmou que:
- A Comissão de Investigação (libanesa) não pode realizar sua missão com inteira transparência enquanto estes diretores (de Segurança) continuarem em seus postos.
O líder druso, como outros opositores à ingerência da Síria nos assuntos internos do Líbano, acusa o regime de Damasco de promover o assassinato de Hariri no dia 14 de fevereiro.
A ONU divulgou nesta quinta-feira o relatório de sua comissão investigadora, que concluiu que a Síria é acusada de fomentar o clima de instabilidade que antecedeu o assassinato de 14 de fevereiro e que algumas provas foram apagadas do local do crime. O documento também sugere a formação de uma comissão multinacional independente.
- A Justiça internacional está do nosso lado porque todo o jogo foi descoberto - acrescentou o líder druso.
Yumblatt também criticou a reação do presidente do país, o pró-sírio Émile Lahoud, que na sexta-feira agradeceu o esforço da ONU e deu sinal verde para a formação da comissão libanesa.
- Suas lágrimas são de crocodilo. Ele não fez nada para limpar os serviços secretos e de segurança e tirar os elementos corruptos - ressaltou.
Yumblatt também criticou a declaração do ministro libanês da Defesa, Abdelrrahim Murad, que disse nesta sexta-feira que a saída das tropas sírias do Líbano deixaria "um vazio complicado" de se preencher.
- Quando os serviços secretos estiverem livres da corrupção, seremos capazes de proteger a nós mesmos. Não tenho medo de nenhum tipo de vazio - destacou o líder druso.
Yumblatt disse também que o Líbano não pretende solicitar de proteção internacional.
- Apoiamos a investigação internacional independente porque não confiamos no Poder Judiciário e nas Forças de Segurança do Líbano - ressaltou.
Yumblatt também denunciou que armas são entregues à população na cidade setentrional de Trípoli, reduto do primeiro-ministro designado, o pró-sirio Omar Karami.
Líder druso pede demissão de libaneses responsáveis por segurança
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Sábado, 26 de Março de 2005 às 08:48, por: CdB