Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Líder da oposição se declara presidente na Ucrânia

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Terça, 23 de Novembro de 2004 às 16:19, por: CdB
O líder da oposição na Ucrânia, Viktor Yushchenko, se declarou presidente do país em meio a cenas caóticas no Parlamento.

A sessão parlamentar que discutia o resultado das eleições no país foi suspensa quando Yushchenko tentou fazer um discurso de vitória na frente dos deputados da oposição.

Testemunhas dizem que os seguidores de Viktor Yushchenko que estavam do lado de fora do Parlamento tentaram invadir o local.

Dezenas de milhares de manifestantes voltaram ao centro de Kiev, capital da Ucrânia, nesta terça-feira, para mostrar apoio a Yushchenko, político liberal e pró-Ocidente.

Eles alegam que as eleições presidenciais de domingo foram fraudadas. Resultados oficiais dão vitória apertada ao atual primeiro-ministro, Viktor Yanukovych.

Debate de emergência

A multidão está reunida na principal praça de Kiev e do lado de fora do Parlamento, onde há pedidos para que as eleições sejam anuladas.

Yushchenko pediu que mais seguidores se reúnam em frente ao Parlamento, apesar do frio, devido ao debate emergencial sobre as eleições.

As forças de segurança avisaram que estão prontas para manter a lei e a ordem de forma "rápida e firme".

Segundo a mídia ucraniana, chega a 100 mil o número de seguidores de Yushchenko no centro de Kiev.

Outra manifestação de apoio a ele está sendo realizada na cidade de Lviv.

Nas duas cidades, as administrações municipais dizem que só acatarão ordens de Yushchenko, recusando-se a aceitar o resultado da eleição.

A comissão central eleitoral diz que Yanukovych venceu as eleições com 49,4% dos votos, e Yushchenko recebeu 46,7%.

Mas a oposição diz que houve muitas irregularidades, inclusive comparecimento muito elevado em áreas que apóiam o governo.

Frio

Centenas de pessoas fizeram uma vigília barulhenta nas ruas de Kiev durante a noite, apesar do frio intenso, gritando "Yushchenko" em alto falantes.

Eles ergueram barracas e construíram cercas na volta, em meio a boatos de que a polícia iria tentar acabar com a manifestação nas primeiras horas da manhã.

O Departamento de Estado americano disse que está "profundamente preocupado" com as eleições e ameaçou rever suas relações com a Ucrânia se o governo não investigar as alegações de fraude.

Yushchenko disse a seus seguidores na capital que não abandonem a demonstração "até a vitória".

"Estamos lançando um movimento organizado de resistência civil", disse ele, denunciando o que chamou de "falsificação total" das eleições.

Yanukovych, no entanto, criticou o apelo por protestos públicos e disse que "um pequeno grupo de radicais" estava tentando dividir o país.

'Fraude organizada'

Observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disseram que a eleição de domingo não seguiu as normas democráticas européias.

A Organização, que também comunicou ter havido irregularidades no primeiro turno, disse que as violações incluíam uma continuada "propensão da mídia" em favor de Yanukovich e a intimidação de observadores e eleitores.

O observador oficial dos Estados Unidos, senador Richard Lugar, disse que houve "fraude organizada e poderosa", e a União Européia pediu à Ucrânia que anule as eleições.

No entanto, o governo russo, que apoiava o primeiro-ministro Yanukovich, reconheceu o resultado.

Durante a campanha eleitoral, Yushchenko - que foi primeiro-ministro entre 1999 e 2001 - alegou ter sido vítima de

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