"Alguns desses (grupos) estão pedindo que o Islã se torne a única fonte de leis no Iraque, o que significaria implantar no Iraque um regime islâmico. Obviamente, isso é inaceitável", disse Talabani em entrevista exclusiva à BBC.
O líder curdo disse que esse deve ser um motivo de atrito entre os diferentes grupos étnicos e religiosos do país no novo parlamento, quando este estiver redigindo a nova constituição iraquiana.
Talabani também disse acreditar que haverá uma briga por cargos entre os diversos grupos étnicos e religiosos iraquianos no novo governo.
Garantias
A indicação de Talabani à presidência tem o apoio das principais facções curdas do Iraque.
Os curdos esperam ganhar pelo menos 70 cadeiras no parlamento iraquiano, o que os transformaria no segundo maior grupo na casa, atrás apenas dos xiitas.
Como os xiitas estão insistindo em ocupar o cargo de primeiro-ministro, uma presidência ocupada por um curdo - algo inédito na história do Iraque - é uma hipótese provável.
Jalal Talabani disse que curdos, cristãos e outros grupos aceitariam que o islamismo fosse adotado como religião oficial do Estado, e mesmo como fonte de algumas leis iraquianas - mas não como fonte de todas as leis.
O líder curdo também disse que os curdos precisam de garantias dos grupos árabes do país de que os abusos cometidos contra os curdos durante o regime de Saddam Hussein nunca mais irão se repetir.