A nova fase da Lava Jato, a 40ª etapa da operação, é chamada Asfixia, em referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de recursos públicos
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro:
A Polícia Federal prendeu quatro pessoas, incluindo três ex-gerentes da Petrobras suspeitos de receberam mais de R$ 100 milhões em propina, em uma nova fase da operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira para investigar irregularidades na área de Gás e Energia da estatal, informaram a PF e o Ministério Público Federal.
As investigações, que contaram com depoimentos de delatores tanto da Petrobras como de empreiteiras. Que teriam pago os valores ilegais em troca de contratos com a empresa. Apontam que as propinas prosseguiram até junho do ano passado. Mesmo com a Lava Jato em andamento. De acordo com as autoridades.
Também são investigados operadores financeiros que utilizaram empresas de fachada para intermediar a propina. Inclusive fazendo uso de lei recentemente aprovada de repatriação de recursos no exterior para tentar regularizar os recursos, acrescentaram.
– São investigados os crimes de fraude à licitação, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em mais de uma dezena de licitações de grande porte da Petrobras, que foram fraudadas pelo grupo criminoso – afirmou o MPF em comunicado.
PF e MPF
A PF e o MPF não identificaram de imediato os ex-gerentes da Petrobras presos. Nem disseram quem foi a quarta pessoa detida nesta manhã. Além das prisões, o juiz federal do Paraná Sérgio Moro expediu mandados de busca e apreensão e condução coercitiva. Que foram cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Entre os delatores está o ex-gerente de empreendimentos da área de Gás e Energia da estatal petrolífera, Edison Krummenauer, que reconheceu ter recebido aproximadamente R$ 15 milhões de propina nesse esquema, disse o MPF.
– Mais uma vez, observa-se que o esquema criminoso instalado na Petrobras ainda não foi integralmente desfeito. Pois a divisão das vantagens ilícitas e os próprios pagamentos de propina continuam a ocorrer mesmo após o desligamento dos agentes públicos da Petrobras. E, pasmem, permanecem ativos mesmo após tanto tempo de investigação – afirmou o procurador da República Orlando Martello, da força-tarefa da Lava Jato, em comunicado.
A nova fase da Lava Jato, a 40ª etapa da operação, é chamada Asfixia. Em referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de recursos públicos em áreas da Petrobras destinadas a produção, distribuição e comercialização de gás combustível, disse a PF.