O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, elogiou na segunda-feira a decisão do presidente da Libéria, Charles Taylor, de deixar o país, embora diplomatas tenham dito que o político pediu 45 dias para preparar seu exílio. Annan, em nota emitida por sua porta-voz, Hua Jiang, disse que o fato de Taylor ter aceitado no domingo a oferta de asilo da Nigéria representa "um importante ponto de inflexão no momento em que a Libéria tenta passar da guerra à paz". O secretário-geral da ONU, que está na Suíça, telefonou para Taylor na quinta-feira e para o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, na quinta e sexta-feira, segundo a porta-voz Hua. Ela acrescentou que Annan está em contato quase diário com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, discutindo o assunto. Na última vez em que Annan e Taylor se falaram o presidente da Libéria pediu até meados de agosto para deixar o país. - Ele disse que precisava de 45 dias para deixar sua vida e seus assuntos em ordem - disse um diplomata. Outra questão ainda a ser decidida é se a oferta de asilo na Nigéria inclui algum tipo de imunidade contra o julgamento de Taylor por crimes de guerra. O presidente da Libéria, antigo líder de guerrilha, já foi indiciado em um tribunal apoiado pela ONU por supostamente ter incitado o brutal conflito na vizinha Serra Leoa. Em sua nota, Annan deu a entender que não está disposto a livrar Taylor de qualquer acusação. - O secretário-geral lembra a todos os envolvidos que eles serão responsabilizados de forma pessoal e coletiva pelas graves violações aos direitos humanos e pelos crimes de guerra - afirmou. Mas Obasanjo, que viajou no domingo à Libéria, disse que seu país não quer ser "incomodado por qualquer organização ou por qualquer país" por dar asilo a Taylor. Annan voltou a prometer envolvimento da ONU na estabilização da Libéria, inclusive com o envio de uma tropa de paz. Taylor diz que só deixa o poder depois da chegada dessas tropas, pois teme que de outra forma haja caos e anarquia no país. Os Estados Unidos ainda estão analisando se vão participar de uma missão de paz no país.
Kofi Annan elogia decisão de Taylor de aceitar asilo na Nigéria
Arquivado em:
Segunda, 07 de Julho de 2003 às 16:20, por: CdB