Rio de Janeiro, 22 de Janeiro de 2025

Kofi Annan elogia decisão de Taylor de aceitar asilo na Nigéria

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Segunda, 07 de Julho de 2003 às 16:20, por: CdB

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, elogiou na segunda-feira a decisão do presidente da Libéria, Charles Taylor, de deixar o país, embora diplomatas tenham dito que o político pediu 45 dias para preparar seu exílio. Annan, em nota emitida por sua porta-voz, Hua Jiang, disse que o fato de Taylor ter aceitado no domingo a oferta de asilo da Nigéria representa "um importante ponto de inflexão no momento em que a Libéria tenta passar da guerra à paz". O secretário-geral da ONU, que está na Suíça, telefonou para Taylor na quinta-feira e para o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, na quinta e sexta-feira, segundo a porta-voz Hua. Ela acrescentou que Annan está em contato quase diário com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, discutindo o assunto. Na última vez em que Annan e Taylor se falaram o presidente da Libéria pediu até meados de agosto para deixar o país. - Ele disse que precisava de 45 dias para deixar sua vida e seus assuntos em ordem - disse um diplomata. Outra questão ainda a ser decidida é se a oferta de asilo na Nigéria inclui algum tipo de imunidade contra o julgamento de Taylor por crimes de guerra. O presidente da Libéria, antigo líder de guerrilha, já foi indiciado em um tribunal apoiado pela ONU por supostamente ter incitado o brutal conflito na vizinha Serra Leoa. Em sua nota, Annan deu a entender que não está disposto a livrar Taylor de qualquer acusação. - O secretário-geral lembra a todos os envolvidos que eles serão responsabilizados de forma pessoal e coletiva pelas graves violações aos direitos humanos e pelos crimes de guerra - afirmou. Mas Obasanjo, que viajou no domingo à Libéria, disse que seu país não quer ser "incomodado por qualquer organização ou por qualquer país" por dar asilo a Taylor. Annan voltou a prometer envolvimento da ONU na estabilização da Libéria, inclusive com o envio de uma tropa de paz. Taylor diz que só deixa o poder depois da chegada dessas tropas, pois teme que de outra forma haja caos e anarquia no país. Os Estados Unidos ainda estão analisando se vão participar de uma missão de paz no país.

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