O presidente argentino, Néstor Kirchner, venceu mais uma etapa da queda-de-braço que vem mantendo com a companhia petrolífera anglo-holandesa Shell recuou do aumento no preço dos combustíveis, aplicado em março deste ano, na Argentina, e que levou o presidente Néstor Kirchner a convocar um boicote nacional contra a empresa. A Esso também preferiu voltar atrás na decisão de majorar os preços.
- É uma vitória do povo argentino - disse Kirchner. Seu governo, porém, enfrenta uma preocupante alta da inflação.
Segundo a edição desta quinta-feira do La Nación, o boicote convocado por Kirchner, os bloqueios feitos pelos piqueteiros encabeçados por Luis D'Elía e uma crise que há muito tempo amedrontava os usuários de postos de gasolina conseguiram o impensado na indústria energética mundial: enquanto o preço internacional do petróleo segue em níveis recordes, petroleiras baixam os preços da gasolina na Argentina.
A decisão das petroleiras, de ceder à pressão do governo, levou o gabinete de Kirchner à euforia. O presidente fez rasgados elogios a quem atendeu ao boicote.
- As pessoas nos deram uma clara lição, usando seu poder. Se em todos os lugares se tomar esta atitude, se vai ganhar a batalha da justiça e da defesa do poder aquisitivo dos trabalhadores. As empresas tiveram que recuar, e louvado seja - disse Kirchner, ao constatar que as vendas da Shell caíram 30% após o boicote. Em algumas regiões, o recuo chegou a 70%.
A companhia anglo-holandesa cedeu e reduziu os preços em proporção maior do que a das altas praticadas anteriormente. O litro de gasolina super baixou 3,1%, após ter subido 2,6%. Custa agora $ 1,879, o que significa uma baixa de dois pesos para quem queira encher um tanque de 40 litros. A premium tem situação similar: tinha subido 3,5%, mas caiu 3,9% e custa agora $ 1,989. A comun, que havia aumentado 2,9%, recuou 3,4%.