Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Justiça suspende promulgação de resultado na Ucrânia

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Quinta, 25 de Novembro de 2004 às 16:10, por: CdB
A Suprema Corte da Ucrânia suspendeu a publicação do resultado da eleição presidencial no país até que o recurso da oposição seja analisado, provavelmente na próxima semana.

Partidários de Viktor Yushchenko entraram nesta quinta-feira com um recurso na Suprema Corte do país numa tentativa de mudar o resultado oficial da eleição presidencial, que dá vitória ao primeiro-ministro, Viktor Yanukovych.

Yushchenko pediu que seja feita uma greve geral no país e disse esperar que centenas de milhares de manifestantes bloqueiem rodovias, estradas de ferro e aeroportos em protesto contra o resultado.

Milhares de pessoas continuam a participar de manifestações pelo quarto dia consecutivo na capital do país, Kiev.

O atual presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, alertou para uma possível guerra civil.

A Polônia e a Lituânia dizem que foram chamadas pelo atual presidente da Ucrânia para ajudar a mediar a crise.

O presidente polonês, Alexander Kwasniewski, disse que deve ir à Ucrânia dentro de alguns dias. O ex-presidente da Polônia Lech Walesa já está em Kiev, a convite da oposição, também na tentativa de ajudar a resolver a situação.

União Européia

"Até o término da análise do recurso, os resultados da eleição não podem ser publicados. Até chegarmos a uma decisão, o resultado não pode ser validado", disse Liana Shlyaposhnikova, uma porta-voz da Suprema Corte.

De acordo com o resultado oficial divulgado na quarta-feira, Yanukovych ganhou 49,46% dos votos contra 46,61% de Yushchenko.

Em declaração após encontro com líderes da União Européia na Holanda, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a disputa sobre o resultado da eleição presidencial da Ucrânia, realizada no domingo, deve ser resolvida nos tribunais e não nas ruas.

Para ele, o problema deveria ser resolvido de acordo com a Constituição ucraniana.

O primeiro-ministro holandês, Jan Peter Balkenende, disse que a União Européia e a Rússia concordaram que uma aproximação pacífica era necessária para resolver a situação no país após as eleições. Mas, segundo Balkenende, os membros da UE e Putin não chegaram a um acordo em todos os aspectos.

A União Européia não aceita o resultado oficial, que declara o primeiro-ministro do país, Viktor Yanukovich, como o vencedor.

O ministro da economia da Ucrânia, Oleg Hayduk, renunciou ao cargo dizendo que não pode ficar no governo quando os resultados da eleição não são reconhecidos por qualquer país civilizado.

'Conseqüência'

Um especialista da BBC diz que os eventos em Kiev cristalizaram a diferença de opiniões entre a Rússia e a União Européia em relação a direitos humanos e democracia, especialmente porque os dois candidatos na eleição presidencial se inclinam em duas direções diferentes.

O presidente da Rússia se apressou em cumprimentar o candidato do governo ucraniano, Viktor Yanukovych, por sua vitória nas eleições presidenciais antes que os resultados oficiais fossem divulgados. Putin também afirmou que a Rússia não tem qualquer direito de interferir no processo eleitoral da Ucrânia.

A UE manifestou consternação com o resultado que se acredita possa ter sido falsificado e que é rejeitado pelo candidato da oposição, Viktor Yushchenko.

O novo presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, pediu uma revisão "séria e objetiva" do resultado das eleições e alertou para "conseqüências" se isso não ocorrer.

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