O investigador particular Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, acusado de matar a modelo Cristiana Aparecida Ferreira, em agosto de 2000, foi libertado nesta terça-feira. O juiz do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Nelson Missias de Morais, acatou o pedido da defesa e expediu o alvará de soltura, apesar de o Ministério Público opinar contra. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de Minas negou pedido de habeas-corpus para o investigador, que estava preso desde 25 de maio.
A modelo assassinada tinha acesso a gabinetes do alto escalão de Minas e até ao ex-governador Itamar Franco. Ela foi encontrada morta num hotel de luxo na região sul de Belo Horizonte. As investigações da Polícia Civil apontaram que ela suicidou-se ingerindo veneno. Insatisfeito com a conclusão do inquérito, o Ministério Público reabriu o caso a pedido da família da modelo.
Várias autoridades foram investigadas à época, entre elas o ministro do Turismo, Valfrido Mares Guia, o ex-ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves, e o presidente da Cemig, Djalma Morais. Mas apenas o investigador Reinaldo, ex-namorado de Cristiana, foi denunciado como autor do crime de assassinato por asfixia e envenenamento.
Nesta segunda-feira, o juiz Nelson Missias ouviu a última testemunha de defesa do investigador, a ex-cunhada da modelo. Após o depoimento, o magistrado considerou que a fase de instrução estava encerrada, não havendo assim motivos para a decretação da prisão preventiva do acusado. Ele destacou também uma nova exumação dos restos da modelo, que deve ser feita nos próximos 20 dias.
No final do ano passado, após a reabertura das investigações pelo Ministério Público, foi feita perícia nos restos da modelo pelo legista Roberto Pereira Campos, que concluiu pelo homicídio.