A Justiça espanhola condenou nesta quarta-feira a seis anos de prisão por integrar uma organização terrorista, em referência ao grupo Al-Qaeda, o espanhol Hamed Abderrahman Ahmed, chamado de 'talibã espanhol', anunciaram fontes judiciais.
Na sentença divulgada nesta quarta-feira, o tribunal da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, considera que 'com pleno conhecimento do perfil terrorista do grupo', o réu integrou à rede terrorista Al-Qaeda e viajou para o Afeganistão com o propósito de se converter em mujahedine e praticar a Jihad (guerra santa)'.
Denominado pela imprensa local como 'talibã espanhol', Ahmed, muçulmano nascido no enclave de Ceuta, enfrentava a acusação de pertencer à rede terrorista Al-Qaeda.
A promotoria da Audiência Nacional pedia nove anos de prisão pelo envolvimento com uma organização terrorista. O julgamento em Madri contra Ahmed aconteceu no final de setembro deste ano.
Ao fazer o uso do direito à última palavra no dia 29 de setembro, Ahmed afirmou que se considerava um 'mártir' e assegurou que 'jamais poderá expressar o que passou na prisão de Guantánamo, pois ela destroçou a sua vida'.
- É mentira que pertenço à rede terrorista Al-Qaeda. Os outros fatos de resto são meras especulações - sustentou Ahmed.
Seu advogado solicitava a absolvição, pois o único dado que a Justiça espanhola tinha contra ele era sua determinação de viajar ao Afeganistão para estudar com os seminaristas dos talibãs.
Ahmed ficou preso entre fevereiro de 2002 e fevereiro de 2004 na base militar americana de Guantánamo, após sua detenção no Paquistão, em outubro de 2001, quando tentava escapar do país logo após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington.
Em fevereiro de 2004, Hamed Abderrahman Ahmed voltou para a Espanha e, após ser submetido a exames médicos, ficou preso até meados de julho do ano passado.
No dia 13 de julho de 2004, o juiz espanhol Baltasar Garzón o colocou em liberdade após pagamento de fiança.