Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2024

Juros altos fazem inadimplência subir em novembro

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Quinta, 23 de Dezembro de 2004 às 08:45, por: CdB

O Indicador Serasa de Inadimplência - o único do país baseado em modelo estatístico de múltiplas variáveis, que contempla todas as modalidades de inadimplência da economia brasileira (registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos, empresas do varejo, cartões de crédito e financeiras) - apontou que de janeiro a novembro deste ano, a inadimplência de pessoa física cresceu 2,9% em relação a igual período de 2003, que registrou elevação de 4,9% em relação a iguais meses de 2002. Parte destes resultados, segundo a instituição, deve-se ao aumento dos juros nas operações de crédito direto ao consumidor.

Em novembro, a inadimplência de pessoa física registrou ligeiro crescimento de 0,3% sobre outubro. Na comparação de novembro deste ano com o mesmo mês do ano anterior, o índice de inadimplência de pessoa física apresentou expansão de 15,6%. O Indicador Serasa de Inadimplência indica que os cheques sem fundos tiveram a maior representatividade na inadimplência de consumidores em comparação com 2003.  Nos onze meses deste ano, os cheques devolvidos representaram 36% do total do indicador de pessoa física. O percentual é o mesmo registrado nos mesmos meses do ano passado. Em 2002, foi 37%, em igual período.

  O segundo maior índice na representatividade é o registro de inadimplência de cartões de crédito e financeiras, que no acumulado do ano teve participação de 33%, a mesma registrada em 2003. Já em 2002, a participação era 35%. O índice que aponta os registros de dívidas com os bancos apresentou a terceira maior participação no indicador, com 29%; a mesma em 2003.  Em 2002, 26%. Com a menor representatividade estão os títulos protestados, dois% em 2004, mesma variação apresentada em 2003 e em 2002.

O valor médio das anotações negativas de cheques sem fundos de pessoa física foi R$ 459 em novembro de 2004.  Já os registros de títulos protestados foi R$ 632. Os registros de dívidas com os bancos situou-se em R$ 948, e de cartões de crédito e financeiras atingiu R$ 242. Segundo os técnicos da Serasa, o aumento da inadimplência de pessoa física pode ser atribuído ao reajuste dos preços administrados (energia, telefonia e combustíveis), que acabaram por onerar o orçamento das famílias e a queda da renda real dos trabalhadores. Apesar do crescimento econômico ter proporcionado uma elevação do número de vagas de emprego, esse fato ainda não se refletiu no aumento do poder aquisitivo. Outro aspecto a ser destacado é a elevação sucessiva da taxa básica de juros, que encareceu as modalidades de crédito ao consumidor.

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