Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Juiz deve proibir uso de computadores de Jackson como provas

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Quinta, 24 de Março de 2005 às 08:13, por: CdB

O juiz encarregado do caso de Michael Jackson disse na quarta-feira à promotoria que provavelmente não irá autorizar a exibição para o júri de evidências apreendidas nos computadores do cantor na sua fazenda Neverland, que incluem até pornografia com adolescentes.

Os promotores disseram que quatro discos rígidos de 14 computadores apreendidos pela polícia em novembro de 2003 demonstravam que o astro pop estava acostumado a usar a Internet para procurar pornografia com menores, além de sites ligados a Walt Disney, brinquedos e fotos de crianças deixadas para adoção.

O menino que acusa Jackson de ter cometido abuso sexual, hoje com 15 anos, disse aos jurados que ele e seu irmão viram sites pornográficos ao lado de Jackson durante a primeira visita deles a Neverland.

O promotor Gordon Auchincloss disse que os computadores fornecem uma "poderosa corroboração" do depoimento do menino.

- Esta é uma importante evidência de que este réu vê material erótico com adolescentes em seu quarto - afirmou.

Mas os advogados de Jackson argumentam que grande parte do material não foi baixado em fevereiro e março de 2003, o período em que Jackson é acusado de molestar sexualmente o menino, então com 13 anos, depois de embebedá-lo.

Ele também diz que o material pornográfico em questão é heterossexual, mostrando meninas ou mulheres.

Jackson, que gosta de se comparar ao personagem Peter Pan, pode ser condenado a mais de 20 anos de prisão pelas dez acusações, entre as quais as de tentativa de rapto infantil, extorsão e cárcere privado.

Os advogados dele também afirmam que não há provas de que era o cantor quem usava os computadores apreendidos.

Os promotores respondem dizendo que em um deles a tela tinha a mensagem "Computador de Michael Jackson", e que códigos usados em serviços de troca de mensagens - BigMike e King7777Tut- - indicam que era Jackson quem os usava.

Em um revés para a acusação, o juiz Rodney Melville disse que não estava disposto em dar razão aos advogados.

- Tenho algumas severas reservas sobre permitir que os senhores coloquem isso - disse ele aos promotores.

- Eu me inclino a excluir o material.

A discussão sobre o uso dos computadores ocorreu antes da chegada dos jurados ao plenário, na quarta-feira.

Jackson, que nesta semana vem se queixando de dores nas costas, andava novamente de forma lenta e trôpega ao chegar ao tribunal, agarrado ao braço de um assessor e fazendo um V com os dedos a dezenas de fãs que o aguardavam.

Diante da recusa em usar os computadores como prova, a promotoria convocou para depor o detetive que gravou material apreendido em novembro em Neverland.

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