Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Jovem de hoje se refugia na militância cultural, diz cientista política

Arquivado em:
Domingo, 31 de Outubro de 2004 às 15:50, por: CdB

A cientista política Lúcia Avelar, da Universidade de Brasília (UnB), disse que os jovens, hoje, estão buscando refúgio na militância cultural depois de verem frustrada a expectativa de mudanças no mundo, através da democratização, da distribuição de renda e da continuidade de promessas de avanços sociais. Segundo Lúcia, o dilema é vivido particularmente pelos quatro milhões de jovens que estão entre 16 e 18 anos de idade.

Em entrevista à Rádio Nacional AM, a professora falou sobre a participação dos jovens na política brasileira. Ela disse que a inclinação dos jovens de baixa renda pela questão cultural cria laços de solidariedade, de respeito, uma semente valiosa para que assumam uma orientação na direção dos bens coletivos mais que nos interesses particulares. Em sua opinião, essas tendências deveriam ser canalizadas melhor pelo rádio, para maior disseminação. Lúcia Avelar destacou que o rádio é um "veículo mágico", que favorece os debates plurais, para o qual podem convergir todos os partidos e correntes de todas as tendências.

A professora ressaltou também o fato de os jovens serem hoje muito urbanos, existindo em minoria na área rural. "Sofrem ansiedades, têm dúvidas parecidas, comuns, ao perceber o mundo, e na tomada de decisões, depois de ter saído de uma situação quase oligárquica no passado, assumem uma independência maior nos meios urbanos hoje", explicou a cientista política. Para ela, os jovens estão criando um círculo de solidariedade, possibilitando a fixação numa política de caráter coletivo e social, ao invés de uma mentalidade individualista.

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo