Ex-presidente da República, Itamar Franco (PMDB-MG) admitiu, na manhã desta quinta-feira, estar disposto a concorrer internamente, no PMDB, a uma indicação para ser candidato, em 2006, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele desembarcou de Roma, esta semana, após deixar o cargo de embaixador brasileiro na Itália. Em reunião com a direção do PMDB mineiro, na noite desta quarta, Itamar ouviu os pedidos de oito deputados estaduais para que voltasse à cena política na qualidade de candidato à Presidência da República. Itamar, no entanto, prefere que seu nome seja uma indicação unânime do partido, fato considerado praticamente impossível, diante do pré-lançamento da candidatura de Anthony Garotinho ao cargo, realizado no Rio há cerca de 15 dias.
Na manhã desta quinta-feira, Itamar cumpriu uma agenda frugal, com encontros marcados com políticos e líderes do partido na capital mineira e preferiu não conceder entrevistas. Ele adiantou que pretende falar com a imprensa na tarde desta sexta-feira, após encontro com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). No final da noite desta quarta, porém, o líder da bancada na Assembléia Legislativa, deputado Adalclever Lopes, falou aos jornalistas.
- O presidente Itamar é, de longe, o melhor nome dentro dos nossos quadros, e ele está disposto a colaborar com o partido. Temos muito ainda a conversar com todas as lideranças nacionais e contamos com ele na busca de soluções para essa crise política em que o país se encontra. Vamos conversar com todos no partido - afirmou.
Itamar, porém, não é o que se pode chamar de unanimidade no PMDB. O ex-governador Newton Cardoso, vice de Itamar no governo de Minas, entre 1999 e 2002, é um de seus principais oponentes. A resistência de setores peemedebistas, no entanto, poderá ser vencida com o trabalho iniciado pela maioria da bancada estadual que, agora, passa a buscar a unidade em torno da idéia. Itamar foi presidente da República após a renúncia de Fernando Collor de Mello, de quem foi vice na chapa eleita em 1992.