As denominadas Brigadas de Abu Hafs Al Masri, que dizem estar vinculadas à rede Al Qaeda, ameaçaram de novo perpetrar ataques terroristas na Itália por causa da permanência de tropas do país no Iraque, mas asseguraram que a Cidade do Vaticano não está entre seus alvos.
Em um comunicado divulgado neste domingo, num site, o grupo, que assumiu os atentados de 11 de março em Madri, entre outros, garantiu que ''o Vaticano não será nunca um de nossos alvos''.
No texto, as Brigadas de Abu Hafs Al Masri acrescentam: ''Bateremos só onde houver danos, o que obrigará os imundos soldados italianos a deixar o Iraque''. O documento faz referência às informações publicadas esta semana na imprensa italiana, que apontavam a Santa Sé como um dos principais alvos terroristas.
''Essas são notícias sem fundamento e não passam de uma tentativa dos serviços de informação italianos de passar uma imagem equivocada dos mujahedines (combatentes islâmicos) e de desviar a atenção dos crimes cometidos pelo governo italiano contra os muçulmanos no Iraque'', diz o comunicado.
Sobre o assassinato do jornalista Enzo Baldoni pelo Exército Islâmico do Iraque, o grupo afirma que o primeiro-ministro do país, Silvio Berlusconi, ''deu provas da mesma barbárie da qual acusou os mujahedines iraquianos quando mataram o refém italiano ao se declarar determinado a manter suas tropas no Iraque''.
Nas últimas semanas, as denominadas Brigadas de Abu Hafs Al Masri divulgaram outras mensagens na mesma linha através da internet, sempre com ameaças à Itália e a Berlusconi, a quem, no começo de agosto, deram um prazo de 15 dias para que retirasse seus soldados de território iraquiano.
Quando o prazo expirou no dia 15 de agosto, o grupo divulgou outra mensagem, que mandava seus militantes atacarem ''todos os alvos na Itália'' e apontava Berlusconi como um ''alvo prioritário''.
Tanto autoridades quanto especialistas questionaram a capacidade real do grupo e a veracidade de sua relação com a organização Al Qaeda. No entanto, frisaram que nenhuma ameaça deve ser subestimada.
Segundo os serviços italianos de inteligência, todas as mensagens assinadas pelas Brigadas de Abu Hafs Al Masri provêm de uma mesma fonte, que poderia estar no norte da África e que estaria bem informada sobre a atualidade italiana.