Israel renovou nesta segunda-feira a ameaça de expulsar Yasser Arafat, mas deu a entender que está demorando para tomar a ação contra o presidente palestino para evitar complicações na planejada retirada da Faixa de Gaza.
O ministro da Defesa, Shaul Mofaz, disse na rádio do exército que a decisão do gabinete de segurança de um ano atrás sobre a deportação de Arafat "ainda é válida hoje", e que Israel "encontraria a maneira e a hora certa para trazer à tona a remoção de Arafat da área".
Autoridades israelenses reafirmaram muitas vezes a ameaça contra Arafat, mas fontes políticas dizem que essa mudança ainda é impossível já que os Estados Unidos, principais aliados de Israel, se opõem fortemente a ela.
O governo de Israel foi duramente criticado internacionalnalmente em setembro do ano passado, quando decidiu "a princípio" expulsar Arafat, confinado há mais de dois anos e meio em seu quartel-general na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
Mofaz classificou Arafat como "um obstáculo a qualquer processo futuro (de paz)", em comentários veiculados seis dias depois que suicidas palestinos mataram 16 pessoas em dois ônibus na cidade de Beersheba, sul de Israel.
Mofaz deu a entender que Israel atrasou a implementação dos planos contra Arafat para evitar agravar tensões que poderiam romper o plano de desocupação dos assentados e dos soldados de Gaza no próximo ano.
- O que nos guia agora... é primeiramente implementar o plano de desocupação - disse Mofaz.
Os Estados Unidos deixaram claro ser contra a expulsão ou ações que pudessem causar dano ao líder palestino. Israel e Estados Unidos tentaram afastar Arafat, acusando-o de fomentar a violência durante a insurreição palestina, que tem pouco mais de quatro anos. Arafat, 75, símbolo do nacionalismo pelestino, negou as acusações.