Milhares de iraquianos fizeram uma passeata pela região central de Bagdá nesta quinta-feira, exigindo a pena de morte para o ex-ditador Saddam Hussein e criticando o militante islâmico Abu Musab al-Zarqawi.
Manifestantes barulhentos agitaram bandeiras iraquianas, gritaram palavras de ordem contra Saddam e exibiram fotografias de valas comuns descobertas no país. "Que todos ouçam, Saddam tem de ser executado!", gritava a multidão. Os manifestantes também gritaram palavras de ordem contra os Estados Unidos, o terrorismo e contra o sionismo.
Zarqawi - o homem mais procurado do Iraque atualmente pelas tropas norte-americanas, que oferecem uma recompensa de 25 milhões de dólares por sua captura - é acusado de estar por trás de vários dos atentados suicidas que atingiram o país árabe depois da deposição de Saddam.
Os organizadores da manifestação também defenderam a criação, pelo governo, de um dia nacional para lembrar as vítimas do antigo regime. "É fundamental que não nos esqueçamos do passado," afirmou Jafar Jasim, de 50 anos, membro do partido Independência Nacional Islâmica e um dos organizadores da manifestação ao lado de grupos de defesa dos direitos humanos.
"Temos o objetivo claro de garantir que Saddam seja executado. Também desejamos a volta do dinheiro iraquiano para as mãos dos iraquianos e exigimos que a Síria limpe seu território dos terroristas", afirmou Jasim.
Na cidade de Najaf, cerca de mil manifestantes também realizaram uma passeata protestando contra Saddam e defendendo o clérigo xiita Moqtada al-Sadr. O clérigo liderou, no começo deste ano, um levante contra as forças de ocupação do Iraque.
No dia 1o de julho, Saddam compareceu diante de um tribunal iraquiano para ser acusado formalmente de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. O governo interino do Iraque disse que os ex-dirigentes do país podem ser condenados à morte.