O governo iraquiano afirmou no sábado que já destruiu quatro mísseis Al-Samoud II, atendendo a uma exigência da ONU (Organização das Nações Unidas). "Posso confirmar agora que quatro mísses foram destruídos", disse o porta-voz da ONU, Hiro Ueki, acrescentando que uma fôrma de mísseis também foi destruída em uma localidade ao sul de Badgá. O vice-chefe dos inspetores da ONU, Dimitri Perricos, afirmou que o Iraque irá destruir os restantes dos mísseis de médio alcance "em alguns dias ou poucas semanas". O chefe dos inspetores da ONU, Hans Blix, descreveu a decisão do Iraque como "muito significativa", mas os Estados Unidos e a Grã-Bretanha continuam céticos. ONU Segundo a ONU, os mísseis vão além do alcance permitido pelo órgão após a Guerra do Golfo, em 1991. O Iraque insiste que os mísseis estão dentro do limite permitido. O país, no entanto, concordou em destruí-los. Acredita-se que o Iraque possua entre 70 e cem mísseis. As Nações Unidas tinham imposto este fim de semana como o limite para que o país aceitasse destruir os mísseis. Os iraquianos concordaram com a destruição na sexta-feira. Casa Branca A Casa Branca pareceu pouco impressionada com a decisão iraquiana, assim como o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw. "A resolução 1441 solicitou um desarmamento completo, total e imediato, e não pedaços de desarmamento", disse Merci Viana, uma das porta-vozes do governo americano. "Trata-se de um desarmamento significativo", disse Blix. Antes de saber que o Iraque iria destruir os mísseis, Blix também informou que poderia rever seu relatório apresentado à ONU no qual ele diz que as inspeções tinham produzido resultados "muito limitados". O chefe dos inspetores afirmou que poderá rever a posição após verificar o processo de destruição dos Mísseis Al-Samoud. Apesar das declarações de Blix e da atitude do governo iraquiano, as posições em relação ao assunto permanecem inalteradas no Conselho de Segurança da ONU. Divisão A França utilizou o fato para afirmar que as inspeções permanecem uma via que deve ser reforçada, já que progressos reais estariam sendo feitos. No entanto, os primeiros-ministros da Grã-Bretanha, Tony Blair, e da Espanha, José María Aznar, declararam que a decisão "não passa de um jogo". A posição francesa foi endossada pelo ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, que disse não entender como o processo de desarmamento poderia ser interrompido agora, quando resultados concretos estão sendo obtidos. Nos Estados Unidos, o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, menosprezou a importância da decisão e disse não ter constatado nenhuma mudança no padrão de comportamento do Iraque.
Iraque destrói quatro mísseis, diz ONU
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Sábado, 01 de Março de 2003 às 20:12, por: CdB