O Irã ameaçou suspender as inspeções relâmpago da ONU em suas instalações nucleares, se o reinício das pesquisas nucleares no país for levado ao Conselho de Segurança. A ameaça foi feita depois que a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha desistiram dos esforços conjuntos para uma solução negociada; e que a Secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, pediu que o desafio do Irã com relação à questão nuclear fosse confrontado pelo Conselho. O Conselho de Segurança pode impor sanções econômicas sobre o país. Estados Unidos e alguns países europeus acreditam que o Irã estaria buscando desenvolver armas nucleares, mas o governo iraniano nega.
A crise intensificou-se esta semana depois que o Irã removeu os selos que impediam a entrada em três locais de pesquisa nuclear no país, incluindo uma usina de enriquecimento de urânio em Natanz. O programa nuclear iraniano estava congelado havia dois anos.
- O governo vai ser obrigado a acabar com as medidas voluntárias, se for levado ao Conselho de Segurança - disse o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Manuchehr Mottaku à agência de notícias estatal, Irna.
Entre as medidas estão as visitas relâmpago da Agência Internacional de Energia Atômica ao país. No momento, o Irã permite visitas dos inspetores da ONU sem aviso prévio e em todos os locais onde há atividades ligadas à energia nuclear e insiste que as inspeções mostram a abertura do país. Uma lei aprovada recentemente no país, obriga o Irã a acabar com as visitas se o país for levado ao Conselho de Segurança. O Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, disse que o chefe das negociações iraniano reafirmou o interesse do país em "negociações construtivas, mas dentro de um prazo determinado". Annan disse que espera que o assunto possa ser resolvido dentro da esfera da Agência Internacional de Energia Atômica.