O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, disse nesta quinta-feira que os fiscais estão prontos para voltar ao Iraque, a fim de confirmar se há ou não alguma arma de destruição em massa no país. Em uma entrevista à BBC, Blix disse que acredita que os fiscais teriam o papel de dar credibilidade a qualquer descoberta de armas do tipo que seja feita pelas forças lideradas pelos Estados Unidos que estão no país. Segundo Blix, ainda é muito cedo para se dizer com certeza se o Iraque não possui mais esse tipo de arma - como vinha alegando o governo de Saddam Hussein antes da guerra começar. No entanto, o chefe dos inspetores de armas da ONU reconheceu que, devido ao fato de não terem sido encontradas mais armas ilegais no país até agora, ele está mais inclinado a aceitar a versão dos fatos apresentada por Saddam. Vantagem Hans Blix disse que, em comparação com os inspetores que estavam no Iraque até antes da guerra começar, as tropas que invadiram o país tem mais liberdade e, por isso, mais chance de encontrar as armas banidas. "As pessoas não vão ficar com medo de falar com eles, enquanto que, quando nós estávamos realizando entrevistas, obviamente elas ficavam com medo da polícia secreta", disse. "Por isso, eu acho que as chances deles encontrarem algo seriam melhores, se é que há algo. Mas não sabemos se há realmente alguma coisa." Blix, que deve apresentar um relatório ao Conselho de Segurança da ONU na semana que vem, insistiu quanto à importância de que as descobertas das forças que ocuparam o Iraque sejam legitimadas. "Nós seríamos capazes, não apenas de receber os relatórios dos americanos e britânicos sobre o que eles encontrarem ou não, mas também de confirmar com uma boa margem de certeza o que eles descobrirem." "Eu acho que o mundo gostaria de ter acesso a um relatório confiável sobre a ausência ou erradicação do programa (iraquiano) de armas de destruição em massa", completou. Entusiasmo Segundo o correspondente da BBC na ONU, Greg Barrow, Hans Blix claramente não está desanimado com a idéia de retomar o trabalho iniciado no Iraque. O chefe dos inspetores de armas da ONU disse que os fiscais encontraram alguns indícios que poderiam ser interpretados como a ponta de um iceberg de armas banidas. No entanto, Blix também salientou que esses indícios poderiam ser apenas os restos de um programa de armas que, como defendia o regime de Saddam Hussein, havia sido desmantelado anos atrás. Antes do início da ofensiva militar no Iraque, os Estados Unidos e seus aliados argumentavam que o Iraque representava grande perigo por estar escondendo armas de destruição em massa. Autoridades americanas diziam que o governo iraquiano não havia dado mais detalhes sobre o paradeiro de grandes quantidades de agentes químicos e biológicos que poderiam ser usados em armamentos, como a bactéria antraz ou o gás VX. No entanto, até o momento, foram descobertos poucas evidências no Iraque que possam justificar os temores que acabaram levando ao início da guerra.
Inspetores da ONU estão prontos para voltar ao Iraque, diz Hans Blix
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Sexta, 18 de Abril de 2003 às 06:58, por: CdB