Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Insegurança, o sentimento predominante da população carioca

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Sábado, 07 de Outubro de 2017 às 12:53, por: CdB

Se juntarmos a essa insegurança, o desespero do desemprego, do não pagamento de salários e aposentadorias dos funcionários e da redução do atendimento público de saúde, então teremos o quadro completo do estresse do carioca.

 

Por Val Carvalho - do Rio de Janeiro

 

Pesquisa do Datafolha sobre a cidade do Rio de Janeiro revela que 72% aceitam a ideia de mudar da cidade em razão da violência. Se juntarmos a essa insegurança, o desespero do desemprego, do não pagamento de salários e aposentadorias dos funcionários e da redução do atendimento público de saúde, então teremos o quadro completo do estresse do carioca. O apoio a Pezão vale um Temer, ou seja, 3%. A popularidade de Crivella derreteu, e seu apoio se dá apenas por motivos religiosos, com os pentecostais e principalmente os neopentecostais ainda o defendendo.

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O exército tem apoiado a população carioca no policiamento ostensivo

Outros dados da pesquisa mostram que 89% acham que a polícia é corrupta, e temida por 67% da população. Para os que ganham até 2 salários mínimos esse índice é de 70%, e os que estão acima de 10 salário mínimo, o índice cai para 57%, mesmo assim ainda a maioria.

Retrocesso social

Quando 72% dizem que aceita mudar de cidade, isso expressa um sentimento de impotência contra a violência tanto dos bandidos quanto da polícia. Sem um debate democrático sobre as causas reais da violência e com a manipulação midiática tentando empurrar a população mais para a direita, 83% passam a defender a convocação das Forças Armas como último recurso, ainda que 52% ache que isso não resolve em razão das experiências infrutíferas.

Essa pesquisa da cidade do Rio é um retrato do Brasil de hoje, onde o retrocesso social assume formas de violência institucional, política, social e criminal, da grande mídia, de políticos corruptos, inclusive o presidente golpista, de bandidos e de setores da polícia e do judiciário. Onde as próprias Forças Armadas ensaiam fazer nova violência armada contra a Constituição, como no golpe militar de 1964.

Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil.

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