O que antes era uma rotina tediosa se tornou um drama para os milhões de usuários do transporte público de Londres. Os passageiros se olham nervosamente e tentam conter a ansiedade a cada atraso sem explicação na manhã desta sexta-feira, quando a polícia britânica atirou em um homem suspeito de ter participado dos ataques à capital na véspera.
Muitos disseram que começaram a examinar a aparência dos outros passageiros e de seus pertences em metrôs e ônibus, tentando descobrir se o vizinho de assento pode ser um militante suicida ou se uma sacola esquecida pode conter uma bomba.
- Estou resignado com o fato de que isso vai acontecer outra vez - disse John, 37, que contou 13 sacolas de tamanho grande no seu vagão do metrô.
Três composições do metrô e um ônibus de dois andares foram atingidos por pequenas explosões quase simultâneas na quinta-feira, numa aparente tentativa de repetir o ataque que matou mais de 50 pessoas duas semanas antes.
Relatos de que os autores do ataque poderiam estar com grandes mochilas - um item comum a bordo do transporte público - deram nova dimensão ao medo e às suspeitas dos londrinos que se encaminham para o trabalho.
Alguns contaram que preferiram não usar o metrô, optando pelo carro ou por ônibus - o que congestionou muitas ruas da região central.
- Estou muito hesitante em usar o metrô, mas me sinto mais confiante usando ônibus, embora obviamente isso não impeça que eles sejam atacados - disse Jacqui Shute, 39.