Inflação volta a subir, impulsionada por Habitação e energia elétrica
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Sexta, 05 de Setembro de 2014 às 10:43, por: CdB
Pressionada pelos preços do grupo de Habitação, destacadamente os de energia elétrica, a inflação oficial brasileira acelerou a 0,25% em agosto, ante variação positiva de 0,01% em julho, e voltou a estourar o teto da meta do governo em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou em 12 meses em agosto alta de 6,51%, contra 6,50% no mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A inflação no Brasil vem rondando há meses o teto da meta do governo --de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos--, tornando-se um tema crítico conforme se aproxima a eleição presidencial, em outubro. A 6,51%, entretanto, ainda não seria necessário que o Banco Central desse explicações por um estouro da meta, já que adota a metodologia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para eventualmente arredondar a segunda casa do IPCA após a vírgula.
As leituras de agosto do IPCA confirmaram as expectativas em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters. Em agosto, de acordo com o IBGE, o principal impacto positivo veio do grupo Habitação, com 0,14 ponto percentual após alta de 0,94%, mesmo desacelerando ante avanço de 1,20% em julho. Energia elétrica foi o destaque, com alta de 1,76% devido a reajustes de preços em várias regiões, tendo o principal impacto individual no mês, de 0,05 ponto percentual.
Empregado doméstico registrou o mesmo impacto após alta de 1,26%, mas apesar disso o grupo Despesas Pessoais desacelerou a alta a 0,09%, sobre 0,12% em julho.
Sem deflação
Ainda nesta sexta-feira, segundo relatório divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 0,06% em agosto, após queda de 0,55% no mês anterior, voltando a subir após três meses de deflação. O resultado deveu-se ao fato de os preços no atacado voltarem a registrar variação positiva também depois de três meses de quedas, enquanto a alta dos preços no varejo acelerou em agosto.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de que o IGP-DI registrasse variação negativa de 0,07% em agosto segundo a mediana de 19 projeções, que variaram de queda de 0,30% a alta de 0,07%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) subiu 0,04% em agosto, contra queda de 1,01% em julho. O índice responde por 60% do IGP-DI.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) acelerou ligeiramente a alta a 0,12%, ante avanço de 0,10% no mês anterior. O índice mede a evolução dos preços às famílias com renda entre um e 33 salários mínimos mensais e corresponde a 30% do IGP-DI. A FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) teve variação positiva de 0,08% em agosto, após avanço de 0,75% em julho. O índice representa 10% do IGP-DI.
O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.