Pesquisa sugere que risco de infecção hospitalar para população na Europa é maior que o representado por HIV, gripe e tuberculose juntos
Por Redação, com DW - de Londres:
Muitos custam a acreditar, mas seis infecções associadas ao sistema de saúde são um problema maior em hospitais do que gripe, aids e tuberculose juntos.
As chamadas "seis grandes" são pneumonia, infecções do trato urinário e incisional, clostridium difficile (bacilo responsável por doenças gastrointestinais associadas a antibióticos). Sepse neonatal e infecções primárias da corrente sanguínea. E todas elas podem ser contraíras durante um tratamento hospitalar.
Essa é a conclusão de um estudo divulgado na última terça-feira na revista científica PLoS Medicine. Publicada, sob o sistema de acesso aberto peer-reviewed, pela Biblioteca Pública de Ciência, sediada em São Francisco (EUA).
Infecções hospitalares são "a maioria dos eventos adversos frequentes na prestação de cuidados de saúde em todo o mundo". De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com milhões de pacientes afetados a cada ano.
A UE e o Espaço Econômico Europeu enfrentam mais de 2,5 milhões de casos de infecções hospitalares a cada ano, avalia o estudo. E a estimativa é que elas resultam na perda dessa mesma quantidade de anos de expectativa de vida corrigida pela incapacidade (EVCI). Como são chamados os anos de uma vida saudável, ou seja, sem limitações ou incapacidades. O termo é usado para medir o impacto das doenças sobre a saúde de uma população.
Doenças transmissíveis
Infecções hospitalares são uma complicação comum. Em grande parte, possível de prevenir na hospitalização e na cirurgia. Elas afetam até um em cada 20 pacientes, conforme o estudo.
Elas estão associadas ao aumento da morbidade, da mortalidade e de custos de saúde. Os autores do estudo argumentam. A redução de infecções associadas aos cuidados de saúde na UE e no Espaço Econômico Europeu deve ser "uma meta capaz de ser alcançada".
O estudo utiliza dados de uma pesquisa realizada entre 2011 e 2012. Foi feito pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), de Estocolmo. Sobre infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais europeus para casos agudos.
A pesquisa é, de acordo com seus autores, "uma sólida primeira tentativa" em estimar a carga representada pelas infecções hospitalares, incluindo o papel da comorbidade, a coexistência de múltiplas doenças. Eles salientam "a necessidade de se intensificar esforços para prevenir e controlar essas infecções, visando tornar os hospitais europeus mais seguros".