Milhares de sobreviventes indonésios do tsunami de dezembro participaram de uma cerimônia nesta terça-feira para marcar os cem dias do grande terremoto e das imensas ondas que mataram ou deixaram desaparecidas mais de 220 mil pessoas na Indonésia.
Mais de 5.000 indonésios reuniram-se para rezar orações islâmicas e ler trechos do Alcorão na mesquita de Ulee Lheue. A área residencial localizada na periferia de Banda Aceh, capital da Província de Aceh, foi quase totalmente destruída pelas ondas de 26 de dezembro.
- Para mim, esta cerimônia tem um significado importante porque perdi muitos parentes. É também uma tradição do povo de Aceh rezar pelos que morreram -disse Ismail,, um sobrevivente da catástrofe.
Segundo as autoridades, outros milhares de pessoas eram esperadas na mesquita de Aceh, onde cerca de 500 mil pessoas perderam suas casas e onde muitos ainda continuam morando dentro de barracas em campos de refugiados.
Teuku Pribadi, chefe da comissão responsável por organizar o evento, disse à Reuters que 25 mil convites tinham sido enviados.
-´Com esta cerimônia, rezamos pelos que morreram no tsunami e rezamos para que os vivos tenham força - disse.
Tremores diários atingiram a região da ilha de Sumatra depois do desastre de dezembro e, no dia 28 de março, um grande terremoto aconteceu ali. Apesar de não ter havido um tsunami, o abalo sísmico de magnitude 8,7 devastou uma cadeia de ilhas da costa ocidental de Sumatra e pode ter matado até 2.000 pessoas.
Grande parte dos esforços de ajuda saiu de Aceh e concentrou-se na área atingida mais recentemente.
Em Nias, um dos locais mais destruídos pelo terremoto de março, mais prédios do governo e lojas reabriram as portas na terça-feira, em um sinal de que a vida retomava seu ritmo normal.
Mas muitas pessoas, mesmo as que não perderam suas casas, continuavam dormindo nas ruas com medo dos tremores pós-terremoto.