Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Indonésia caça militantes suspeitos de ataque à embaixada

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Sexta, 10 de Setembro de 2004 às 06:03, por: CdB

A polícia indonésia deu início a uma caçada humana nesta sexta-feira em busca dos militantes ligados à Al Qaeda e suspeitos de serem os responsáveis pelo ataque suicida ocorrido do lado de fora da embaixada australiana no dia anterior.

O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, disse que os serviços de inteligência haviam sido avisados sobre a possibilidade de os responsáveis pelo ataque de quinta-feira agirem de novo.

- A informação disponível indica que o número de militantes em ação é grande o suficiente para alimentar temores de que pode haver um outro ataque - disse Howard a repórteres.

A polícia da Indonésia acusou a Jemaah Islamiah, um grupo militante supostamente ligado à Al Qaeda, pelo atentado realizado com carro-bomba contra a embaixada localizada em Jacarta. Na ação, morreram nove pessoas e 182 ficaram feridas. A maior parte das vítimas era de indonésios.

O ataque desta quinta-feira aconteceu pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais na Indonésia, dois dias antes de os ataques de 11 de setembro contra os EUA completarem três anos e um mês antes das eleições gerais na Austrália.

A Jemaah Islamiah assumiu a responsabilidade pelos atentados de 2002 em Bali (Indonésia), nos quais foram mortas 202 pessoas, e pelo atentado contra o hotel J.W. Marriott, em Jacarta, no ano passado, no qual morreram 12 pessoas.

Em um comunicado divulgado pela Internet e cuja autenticidade não pôde ser imediatamente confirmada, o grupo parecia admitir a culpa pelo ataque de quinta-feira. A mensagem advertia sobre mais ações violentas se a Austrália não retirasse suas forças do Iraque. 

Howard, um aliado fiel dos EUA, insiste na permanência, no Iraque, dos 850 militares australianos enviados para o país árabe. Mark Latham, líder da oposição, deseja trazê-los de volta para casa antes do Natal. Os dois aparecem próximos um do outro nas pesquisas eleitorais.

A presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, viu-se criticada algumas vezes por não ter sido, supostamente, dura o suficiente com os militantes. A dirigente suspendeu sua viagem a Brunei e regressou ao país ao ouvir a notícia sobre o atentado contra a embaixada australiana.

Ela enfrenta o ex-ministro da área de segurança Bambang Yudhoyono no segundo turno marcado para 20 de setembro. Yudhoyono é apontado como o favorito na disputa.

O ministro das Relações Exteriores da Austrália, Alexander Downer, afirmou que a polícia foi avisada 45 minutos antes do atentado de que missões diplomáticas do Ocidente seriam atacadas se o líder espiritual da Jemaah Islamiah, Abu Bakar Bashir, não fosse libertado.

O comissário da polícia federal australiana Mick Keelty disse que seria difícil agir em resposta à ameaça já que esse tipo de aviso era comum.

Keelty afirmou que até 200 quilos de clorato de potássio foram usados na fabricação da bomba detonada na quinta-feira e colocada, segundo a polícia indonésia, dentro de um minifurgão. O terrorista suicida teria estacionado o veículo na frente da embaixada e detonado o explosivo.

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