O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, disse hoje que tem informações sobre a existência de mais mortes de garimpeiros na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia.
Gomes foi informado das mortes por 15 técnicos da Funai que estiveram na tribo nesta semana. Segundo os técnicos, ocorreram dois confrontos entre garimpeiros e índios. Em um deles, morreram três garimpeiros, cujos corpos foram encontrados domingo passado pela Polícia Federal. O outro confronto teria resultado cerca de 20 mortos, cujos corpos foram localizados mas ainda não resgatados.
A Polícia Federal faz uma operação com 50 agentes e cinco helicópteros em busca de mais corpos. Mais cedo, a PF que atua em Rondônia ainda não havia confirmado a morte de mais garimpeiros.
O superintendente da Polícia Federal de Rondônia, Marcos Aurélio Pereira de Moura, havia dito, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, que "nós estamos no local para verificar se ocorreram essas mortes. Não desprezamos esta informação (dada originalmente pela Polícia Militar), de que 26 garimpeiros que trabalhavam ilegalmente na reserva morreram", declarou.
Defesa
Na noite de sexta-feira, a informação da Funai era de que haviam sido localizados 26 corpos. Uma equipe da fundação que conseguiu chegar ao garimpo clandestino contou que os corpos estariam dispostos lado a lado. Segundo os funcionários da Funaui, os 26 corpos foram encontrados próximos a um igarapé.
O local, batizado pelos garimpeiros de Grota do Sossego, fica a cerca de 43 quilômetros da terra indígena Roosevelt e já nos limites do Parque do Aripuanã, uma das quatro áreas habitadas pelos cintas-largas.
Mércio Pereira disse que os índios cinta-larga podem ter cometido o crime em defesa da terra deles. Segundo o presidente da Funai, desde o ano passado os índios, a fundação e a Polícia Federal vêm tentando, sem sucesso, expulsar da área os garimpeiros que insistem na extração de diamente dentro da reserva indígena.