O superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Claudi Furtado, interveio no assentamento da Fazenda do Salto, no distrito de Floriano, tentando pacificar as 46 famílias de lavradores divididas entre duas facções que disputam o domínio das terras. Um grupo é chefiado por José Ribamar, que criou uma associação depois que perdeu a direção da Cooperativa dos Agricultores do Salto, agora em mãos de César Augusto Andrade, que lidera 70% dos lavradores. No entanto, ele é acusado por Ribamar de ameaças de morte, de tentativa de desvio de material pertencente ao patrimônio federal e de facilitar a venda de terras da fazenda a estranhos ao movimento.
Depois de ouvir os lavradores numa reunião na sede da fazenda, em que os dois líderes se acusaram mutuamente, Claudi concluiu que a crise entre os assentados ocorre em conseqüência do projeto agrícola coletivo determinado pelo governo federal, em outubro de 1997, quando os sem-terra do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) invadiram a fazenda de 938 hectares, não ter sido respeitado.
Nos próximos dias, os técnicos do Incra vão percorrer casa por casa, para verificar se há plantações e a demarcação dos lotes, para apurar se tem dez hectares cada um. Quem comprou terras de assentados terá que deixar a fazenda. A liberação de crédito do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), que garante cerca de R$ 10 mil anuais por família para financiar o plantio, só ocorrerá depois de regularizada a situação do assentamento.