Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Imprensa ajudou Alckmin a esconder responsabilidade por crise hídrica, diz deputado

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Sexta, 17 de Outubro de 2014 às 07:40, por: CdB
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Alckmin freou racionamento de água durante período eleitoral
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi “blindado” pela imprensa de suas responsabilidades pela falta da água no Estado. A afirmação é do deputado estadual João Paulo Rillo, líder do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Segundo o parlamentar, o governador reeleito no 1º turno sempre negou a maior crise hídrica da história de São Paulo. - Essa falência do sistema hídrico foi a gota d’água, porque eles faliram a educação, a segurança pública e chegou no abastecimento - diz Rillo em reportagem de de Anelize Moreira para a Rádio Brasil Atual. O petista ressalta que, durante as eleições, a grande mídia paulista não retratou a situação e, apenas depois de Alckmin ter sido reeleito, noticiou casos de racionamento. - O governador mentiu descaradamente para ao povo, não explicaram o que estava acontecendo, e agora esse descontrole. Estamos correndo sério risco de passar o natal e o ano novo sem água - alerta o deputado. A presidenta da Sabesp, Dilma Pena, desmarcou duas vezes ida à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo, que investiga as possíveis responsabilidades do poder público para a crise no estado de São Paulo. Somente depois de Alckmin ter sido reeleito, no último dia 5 de outubro, Pena prestou depoimento na CPI no dia 8. A presidente da companhia nega que São Paulo esteja sofrendo racionamento e afirma que apenas 2% da população é afetada com a crise. Dilma Pena respondeu ao vereador tucano Andrea Matarazzo que a investigação não passa de um "teatrinho". As falas foram gravadas e Matarazzo respondeu à dirigente que ela não precisava se preocupar porque, no final das contas, a investigação teria "consequência zero". Durante o período eleitoral, o governo evitou oficializar o racionamento e a Sabesp passou a utilizar a água do volume morto do reservatório do Sistema Cantareira. Mesmo sem o aval da Agência Nacional de Águas (ANA) e contrariando liminar emitida pela 3ª Varal Federal de Piracicaba, no último dia 9, a companhia continuou retirando a segunda cota do volume morto. O estado de São Paulo vive a pior escassez de água da história. O Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de habitantes da região metropolitana da capital, opera com menos de 4,1% de capacidade. Essa situação passou a comprometer outros sistemas, como é o caso do Alto Tiete, responsável pelo fornecimento para 4 milhões de pessoas. - A gente sente que a notícia só foi confirmada depois que o governador foi reeleito. Então, poxa, sabiam que tinha o problema e tentaram amenizar isso pela eleição, todo mundo que mora em bairro periférico sente isso - diz Ana Rossato, moradora da zona leste. “Falam que não tem falta, então como na minha casa não tem? O prédio inteiro não tem água, e isso é revoltante. A gente sabe que a Sabesp não fez as obras que deveria ter feito”, denuncia Melissa Delmon, da Zona Norte.
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