Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Impasse político no Líbano põe eleições gerais em dúvida

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Terça, 12 de Abril de 2005 às 12:11, por: CdB

O Líbano aprofundou-se ainda mais em um vácuo político na terça-feira em meio a desavenças entre as autoridades do país que impedem a formação de um novo governo e tornam quase inevitável o adiamento das eleições de maio próximo.

Políticos disseram que as eleições seriam provavelmente adiadas por um prazo que pode ser de algumas semanas a vários meses - uma medida que promete enfurecer a oposição anti-Síria, ávida por aproveitar-se do apoio popular com que conta desde o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri, em 14 de fevereiro.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA encabeçam os apelos para que o pleito seja realizado confirme o previsto e depois de a Síria terminar de retirar seus soldados e seus agentes de serviços de inteligência do Líbano, algo previsto para acontecer até o final de abril.
Um importante oficial das Forças Armadas disse que 10 mil militares sírios já tinham deixado o território libanês desde 8 de março. Os 4.000 soldados remanescentes devem regressar para casa antes de 30 de abril, afirmou.

Autoridades libanesas pró-Síria não conseguiram, de novo, formar um governo na segunda-feira, seis semanas depois de o primeiro-ministro Omar Karami ter renunciado sob pressão popular alimentada pelo assassinato de seu antecessor.

Mas Karami acabou sendo renomeado e tentou, sem sucesso, convencer a oposição anti-Síria a formar um governo de unidade nacional.

Agora, desavenças de última hora entre os governistas a respeito da distribuição de cargos impediram o anúncio de uma nova liderança, atrapalhando os planos de Karami, do presidente Emile Lahoud e de Nabih Berri, presidente do Parlamento.

O novo governo será encarregado de elaborar uma lei eleitoral e organizar o próximo pleito.
O mandato de quatro anos do Parlamento termina no dia 31 de maio. A Constituição prevê a convocação de eleições ao menos um mês antes da data da votação.

Alegando falta de funcionários suficientes nos órgãos eleitorais, o país se diz incapaz de realizar o pleito em um único dia e o divide em vários finais de semana.

Se as eleições não forem realizadas em maio, o Parlamento, atualmente dominado por deputados pró-Síria, pode prorrogar seu mandato por vários meses.

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