Rio de Janeiro, 30 de Dezembro de 2024

IML nega que Celso Daniel tenha sido torturado

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Quarta, 23 de Janeiro de 2002 às 22:51, por: CdB

O diretor do Instituto Médico-Legal (IML), José Jarjura Jorge Júnior, disse nesta quarta-feira que os exames dos médicos legistas não constataram sinais de tortura no corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). "Ele não foi torturado pelos seqüestradores. Os ferimentos encontrados pelos legistas no corpo foram de natureza leve". Jarjura acrescentou que só havia ferimentos graves provocados pelos tiros. "Um que fraturou a mandíbula, e os outros que acertaram diversas partes do corpo." O laudo final deve ser concluído em uma semana. Segundo Jarjura, a necropsia mostrou que os seqüestradores de Celso Daniel devem ter "encostado" o cano de uma arma nas costas do prefeito e empurrado seguidas vezes, provocando "alguns hematomas". Um outro hematoma foi encontrado na coxa direita. "Pode ter sido um pontapé ou um golpe com um pau", explicou o diretor do IML. "Num dos braços havia uma leve escoriação", avaliou Jarjura. O secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, perguntado se Celso Daniel fora torturado, antes de ser assassinado, declarou: "É subjetivismo. O que eu tenho é o que o laudo diz. Não cabe nem à perícia determinar isso." Saulo informou que o laudo que está sendo preparado pelo IML deve responder a todas as perguntas dos familiares e amigos do prefeito assassinado. "Orientei os legistas a não terem pressa, porque é preciso eliminar todas as dúvidas". O diretor do IML explicou que o laudo preliminar não tem nenhuma afirmação que possa levar à conclusão de tortura antes da morte. "Não sei de onde tiraram essa versão". O documento indica que Daniel foi morto com tiros de calibre 9 milímetros. As balas acertaram as costas - provocando o ferimento fatal -, o rosto, o pescoço e uma das mãos. O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que acompanhou a necropsia, também negou a possibilidade de Daniel ter sido torturado. "Não percebi sinais de tortura", afirmou. Para o parlamentar, a hipótese só poderia ser levada em conta se o corpo tivesse "escoriações generalizadas ou queimaduras".

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