A Diretoria de Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), junto a gerências regionais em todo o país, promoverá um processo inédito de combate ao consumo ilegal de carvão vegetal. A ação do Ibama se justifica porque anualmente um grande volume de carvão de florestas nativas abastece o pólo siderúrgico do país.
A operação terá início pelas siderúrgicas dos estados de Minas Gerais, Pará e Maranhão. O Ibama criará um termo de compromisso para ser assinado com as indústrias no intuito de cobrar a reposição florestal.
A diretoria está fazendo um levantamento da situação e recebendo declarações de consumo, de fornecedores e da origem do carvão recebido pelas siderúrgicas. Após esse trabalho, serão realizadas inspeções de campo para checar as informações recebidas.
De acordo com o diretor de Florestas do Ibama, Antônio Carlos Humell, há um esforço muito grande do instituto para fazer com que a legislação ambiental seja cumprida, que o carvão consumido seja de áreas legalizadas e que seja feito o reflorestamento para abastecer futuramente, de forma sustentável, os auto-fornos das siderúrgicas.
Carlos Humell ressaltou que o governo já vem desenvolvendo ações para coibir o comércio ilegal.
- Existe um esforço do governo federal, no caso o Ibama, e de outros órgãos estaduais, como o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, no sentido de coibir esse comércio ilegal, que ainda é grande - afirmou.
Humell acrescentou que a assinatura do termo de ajustamento de conduta vai contribuir fortemente para diminuir a ilegalidade e proteger o cerrado, que hoje é um dos ecossistemas mais ameaçados em função do aumento da fronteira agropecuária e da produção de carvão.
Conscientizar as pessoas da importância de se obter o carvão vegetal de florestas plantadas e não nativas, como acontece hoje, é uma necessidade, de acordo com Humell. Para ele, não se pode continuar empurrando o cumprimento da legislação ambiental com a barriga.
- Não podemos imaginar que a grande quantidade de ferro gusa que é produzida hoje, seja à custa da destruição do nosso cerrado.