O grupo Human Rights Watch exortou nesta segunda-feira a União Européia (UE) a intensificar a pressão para que o Irã adote medidas para acabar com o que afirma ser tortura e maus-tratos contra presos e para restaurar a liberdade de expressão.
O grupo disse em um comunicado - anunciando um relatório sobre o tratamento de prisioneiros políticos no Irã - que o diálogo entre a UE e o Irã sobre direitos humanos, em seu terceiro ano, não conseguiu atingir resultados concretos.
"Na verdade, a situação dos direitos humanos no Irã deteriorou-se de maneira significativa desde o início do diálogo", disse o grupo no comunicado. "A fraca resposta da União Européia às contínuas violações dos direitos humanos no Irã é profundamente preocupante", afirmou Sarah Leah Whitson, diretora-executiva da Divisão de Oriente Médio e Norte da África do HRW.
Ela pediu para a UE condenar o que afirma ser o "histórico do Irã de perseguição e tortura". Além disso, o bloco deveria estabelecer "marcos reais" para que o governo cumprisse.
A Constituição do Irã proíbe o uso da tortura de presos, mas grupos de defesa dos direitos humanos dizem que as forças de segurança da República Islâmica usam a prática com frequência para extrair confissões.
O Human Rights Watch disse que o Irã "intensificou sua campanha de tortura, prisões arbitrárias e detenções contra críticos políticos", apesar de o Parlamento ter aprovado a legislação proibindo a tortura.
O grupo afirmou ainda que o relatório - preparado com base em entrevistas com jornalistas, escritores e estudantes ativistas - documenta os abusos sistemáticos contra presos políticos, incluindo prisão arbitrária, detenção sem julgamento, tortura para conseguir confissões e confinamento solitário prolongado.