Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Hospital do Kuwait recebe menino multilado

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Quarta, 16 de Abril de 2003 às 06:34, por: CdB

Um hospital do Kuwait recebeu, na noite de terça-feira, o menino iraquiano Ali Ismaeel Abbas, de 12 anos, que emocionou pessoas em todo o mundo após ter perdido seus braços e a maioria de sua família quando um míssil atingiu sua casa, em Bagdá. Ali também sofreu graves queimaduras e os médicos que o atendiam em Bagdá haviam declarado que o menino poderia morrer se não fosse rapidamente tratado por especialistas. O menino foi levado de avião para o Kuwait, onde foi transferido numa ambulância para o Hospital Ib Sina. Um porta-voz do hospital, Abudullatif al-Sahli, disse que a ordem para tratar Ali veio de um alto funcionário do Ministério da Saúde e que o hospital, especializado em cirurgia pediátrica, já cuidou de cinco outras crianças feridas no conflito no Iraque. Há nove dias, Ali contou à correspondente da Reuters Samia Nakhoul como a guerra havia destroçado sua vida. "Você pode me ajudar a ter meus braços de volta? Você acha que os médicos podem me dar outro par de mãos?", perguntou Ali, chorando, em uma cama do hospital Kindi, na capital iraquiana. "Se eu não tiver mãos vou cometer suicídio". O míssil que atingiu a casa de Ali também matou seu pai, sua mãe, que estava grávida, um irmão, uma tia, três primos e três outros parentes. E, a saga do menino virou manchete na imprensa de todo o mundo, dando início a campanhas com o objetivo de arrecadar fundos para as vítimas da guerra no Iraque. Catherine Mahoney, da Cruz Vermelha da Grã-Bretanha, disse que a entidade recebeu, na semana passada, inúmeros telefonemas de pessoas querendo doar dinheiro para o tratamento de Ali e até mesmo adotá-lo. Por exemplo, Maharani Gayatri Devi, esposa de um ex-dirigente do estado indiano de Jaipur, declarou que queria pagar pelo tratamento médico de Ali, no Iraque ou em qualquer outro lugar do mundo. Mas, segundo Mahoney, a história de Ali teve um impacto muito maior que a simples divulgação da tragédia pessoal de uma criança. "Mostrou todo o custo humano de uma guerra melhor que qualquer outra imagem até agora", afirmou.

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