A Coréia do Norte precisa urgentemente de ajuda médica para tratar das vítimas da grande explosão que atingiu trens no país, disseram autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.
Mas o país comunista, um dos mais isolados do mundo, fechou uma das portas de ajuda ao rejeitar o envio direto, por terra, de material vindo da Coréia do Sul. O governo sul-coreano afirmou que realizaria mais negociações nesta terça-feira e que enviaria alguns itens por mar, disseram autoridades.
Integrantes da ONU presentes em Pyongyang afirmaram que ajuda vinda da China estava chegando à cidade de Ryongchon, onde pelomenos 161 pessoas morreram e centenas ficaram feridas na explosão de quinta-feira passada.
``Há a necessidade urgente de muita ajuda'', disse Gerald Bourke, porta-voz para o Programa Mundial de Alimentação na Coréia do Norte. ``O hospital está sobrecarregado. Há muito pouco em termos de equipamentos e precisa-se de remédios'', disse Bourke por telefone.
A agência de notícias da Coréia do Norte KCNA, oficial, disse que órgãos do governo haviam enviado ajuda e que as autoridades ``lutavam para sanar os danos''.
Mas a KCNA dedicou mais tempo de sua programação aos eventos que marcaram a celebração pela fundação das Forças Armadas, neste domingo.
O número de mortos na explosão pode subir devido à falta de equipamentos para salvar os feridos. Há centenas de pessoas com queimaduras graves, disse um enviado da Suécia.
Várias crianças de idade escolar estavam entre os mortos resultantes da explosão, que atingiu dois trens, uma escola e grande parte da cidade de fronteira.
``Vimos crianças rolando e gemendo de dor, muitas com vários cortes no rosto e com pontos malfeitos'', disse Tony Banbury, diretor regional do Programa Mundial de Alimentação para a Ásia.
O suposto acidente aconteceu poucas horas depois de o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, ter passado de trem por Ryongchon voltando da China. Kim tem medo de voar e por isso só viaja de trem.