Começou, nesta terça-feira, a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios. A CPI tomará o depoimento do advogado Joel Santos Filho, responsável pela gravação da fita que flagrou Maurício Marinho, ex-chefe de departamento dos Correios, recebendo R$ 3 mil de propina. Também serão ouvidos Arlindo Molina Gonçalves, militar da reserva que participou do esquema da gravação, e Jairo Martins de Souza, policial militar licenciado, ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que montou o equipamento para a gravação.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) denunciou, durante a CPI, que os documentos requeridos não chegaram até o relator Osmar Serraglio. Paes disse que a CPI pode formar uma subcomissão de busca e apreensão para recuperar os documentos necessários. A Polícia Federal foi a única a fornecer o material requisitado pela CPI.
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) colocou sob suspeita o trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU):
- Começo a suspeitar da condução da CGU, que está trabalhando a passos lentos para dificultar os trabalhos da CPMI. Não poderemos ouvir os ex-diretores amanhã porque a CGU não enviou os documentos.
Os Correios enviaram os documentos pedidos pela CPMI à CGU, que deveria encaminhá-los à comissão.
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) defendeu, nesta terça, em entrevista à TV Senado, a convocação do publicitário Marcos Valério Fernandes - acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador do mensalão - e de sua ex-secretária Karina Somaggio, que também denunciou o empresário. Segundo a imprensa, o publicitário teria feito saques de mais de R$ 27 milhões no Banco Rural.
Heloísa Helena considera que o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) na CPI dos Correios deveria acontecer nesta quarta. A parlamentar também quer ter acesso a toda a documentação que comprova as licitações fraudadas dos Correios antes das audiências com os diretores da instituição, marcadas para esta quarta:
- Talvez haja uma guerra de gangues partidárias dentro da estrutura pública, precisamos analisar se houve isso.