Grupos de defesa dos direitos humanos acusaram Moscou nesta quarta-feira de esconder inicialmente a verdade sobre os reféns de uma escola em Beslan, na república russa do Ossétia do Norte. Para eles, o ataque aconteceu diante de um cenário de anos de abusos cometidos por soldados russos na Chechênia.
Um comunicado divulgado por oito grupos russos e internacionais começava, no entanto, com uma condenação "sem reservas" aos separatistas chechenos, que mantiveram mais de 1.200 crianças e pais como reféns. O documento também pedia ao governo do presidente Vladimir Putin que tomasse precauções contra ataques de represália.
A Anistia Internacional divulgou o comunicado em Londres e disse que sua publicação foi adiada em respeito aos pelo menos 336 reféns que morreram no cerco.
-"Essa ação calculada e terrível, cometida por um grupo armado a uma escola, revela o pouco caso em relação à vida de civis. Nossas organizações denunciam esse ato sem reservas - disseram os grupos.
Mas os grupos, que incluem a Anistia, o Human Rights Watch e várias outras organizações de defesa dos direitos russos, também buscaram chamar a atenção para a política linha-dura da Rússia na Chechênia desde que Putin enviou tropas para a regiao quando era premier, em 1999.
- O ataque de Beslan aconteceu em meio a um cenário de cinco anos de violações generalizadas, persistentes e largamente impunes de direitos humanos, cometidas por tropas russas contra civis na Chechênia, assim como abusos notórios dos direitos humanos cometidos por combatentes rebeldes - dizia.
- A impunidade de tais abusos serviu para perpetuar o conflito e levou a graves atrocidades de direitos humanos realizadas por ambos os lados. Em nossa opinião, a paz duradoura na Chechênia não pode ser alcançada sem a justiça para todas as v!timas dos abusos de direitos humanos cometidos no contexto do conflito -
Os grupos acusaram as autoridades de inicialmente "encobrir a extensão da crise" em Beslan ao reduzir o númer