Um grupo islamista vinculado à Al Qaeda exigiu a renúncia do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e ameaçou realizar atentados terroristas na Itália se suas exigências não forem cumpridas, informou neste sábado, a televisão catariana "Al Jazira".
A televisão citou um comunicado publicado em um site islamista que está assinado pelas "Brigadas de Abu Hafs al Masri", que ameaçam "queimar a Itália" se seu primeiro-ministro continuar no poder.
A nota, dirigida ao povo italiano, adverte que "Berlusconi está arrastando seus concidadãos rumo à mais sangue, além da escravidão absoluta em relação à América".
Até hoje, as "Brigadas de Abu Hafs Al Masri" assumiram a autoria de vários atentados, entre eles os de 11 de março em Madri, que mataram 190 pessoas.
Em seu último comunicado, publicado no dia 2 pelo jornal árabe internacional "Asharq Al Awsat", este grupo ameaçou os europeus com novos atentados e lembrou que os três meses de trégua dados ao velho continente em meados de abril pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, estão a ponto de expirar. Em sua mensagem, Bin Laden exigiu aos países europeus que "saiam da terra muçulmana e ponham fim a seus ataques contra o Afeganistão, o Iraque e a Península Arábica, pois, caso contrário, a Europa será considerada como um aliado dos EUA em sua agressão contra os muçulmanos".
A Itália enviou cerca de 3.000 soldados ao Iraque depois da queda do regime de Saddam Hussein, no dia 9 de abril.
Em novembro, 19 militares italianos morreram em um atentado perpetrado com um carro-bomba na cidade de Nassiriya, a cerca de 350 quilômetros ao sul de Bagdá, onde o contingente está mobilizado.
Outro soldado italiano perdeu a vida no mês de maio em Nassiriya pelas graves feridas sofridas em confrontos com seguidores do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr.