Os trabalhadores rurais se reúnem a partir desta terça-feira, em Brasília, no Grito da Terra Brasil, evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Segundo o diretor de Política Agrária e Meio Ambiente da Contag, Paulo de Tarso, a expectativa é de que o encontro reúna 4 mil trabalhadores nos próximos três dias. Ele destacou que a idéia é avançar no processo de negociação com o governo federal nas questões ambiental e das políticas agrária, agrícola e social, em especial na Previdência Social.
- As negociações estão boas, mas existem alguns gargalos que pretendemos que estejam resolvidos até quinta-feira - disse.
Segundo Paulo de Tarso, os trabalhadores vão aproveitar a ida a Brasília para visitar os gabinetes de parlamentares, buscando apoio para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 438, que trata da expropriação de terras onde existiu trabalho escravo. Eles também querem que os deputados agilizem a apreciação do Projeto de Lei 8.652, que garante acesso à Previdência Social para trabalhadores rurais do Brasil.
O diretor acrescentou que além dos contatos no Congresso os trabalhadores rurais pretendem fazer manifestações em frente aos ministérios, entre eles o da Agricultura.
- Existe um impasse no processo de negociação da atualização dos índices de produtividade para que possamos avançar na reforma agrária no Brasil - afirmou.
Paulo de Tarso informou que os manifestantes vão ao Ministério da Justiça pedir maior empenho do governo federal no combate à violência no campo. Eles também pretendem ir aos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
- Além de exigirmos toda a aplicação do Orçamento em 2006, estamos pedindo uma suplementação de recursos para o Ministério do Desenvolvimento Agrário de R$ 1,5 bilhão, para que possa cumprir o Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária - disse.
Paralelamente ao Grito da Terra haverá um encontro que deve reunir cerca de 600 jovens para um debate sobre geração de emprego para a juventude, agroecologia e desenvolvimento territorial sustentável.
- Os jovens vão participar das manifestações, mas simultaneamente vai acontecer esse debate sobre a importância da juventude para a manutenção do desenvolvimento rural com sustentabilidade, porque o campo está envelhecendo e a gente precisa discutir a permanência da juventude com qualidade de vida no campo - concluiu.