Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Grécia começa a evacuar campo de refugiados

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Terça, 24 de Maio de 2016 às 08:16, por: CdB

Milhares de refugiados retidos na fronteira com a Macedônia são levados a abrigos. Remoção deve durar 10 dias e ocorre sem registro de violência. Acampamento insalubre virou símbolo da crise migratória

Por Redação, com agências internacionais - de Atenas/Genebra:

A polícia grega começou nesta terça-feira a evacuar o campo de refugiados de Idomeni, na fronteira com a Macedônia. Cerca de 8 mil requerentes de asilo ficaram retidos no local depois de diversos países fecharem suas fronteiras ao longo da rota dos Bálcãs, impossibilitando que imigrantes seguissem viagem em direção ao norte europeu.

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Os refugiados de Idomeni são transportados de ônibus para abrigos próximos de Tessalônica

Os refugiados de Idomeni são transportados de ônibus para abrigos próximos de Tessalônica, a segunda maior cidade da Grécia, informaram as autoridades locais.

– A evacuação está ocorrendo sem nenhum problema – afirmou Giorgos Kyritsis, porta-voz do governo grego para a crise migratória.

Na fronteira, do lado da Macedônia, há uma presença massiva de policiais, mas não foram registrados confrontos. A remoção deve ser gradual e durar 10 dias.

– Aqueles que arrumaram seus pertences para a viagem vão partir, porque queremos resolver isso, idealmente, até o fim da semana. Não estabelecemos um prazo definido, mas é a nossa estimativa – disse Kyritsis.

Segundo o porta-voz, há 6,5 mil vagas em outros acampamentos e novos abrigos ainda serão abertos.

Condições degradantes

Com o fechamento da rota dos Bálcãs, milhares de imigrantes e refugiados ficaram retidos em condições insalubres por cerca de três meses em Idomeni, que se tornou um símbolo da crise migratória.

Requerentes de asilo que foram impedidos de seguir a viagem a pé em direção a países como Áustria e Alemanha chegaram a bloquear por semanas a passagem de trens em ferrovias da região e entraram em confronto com policiais, que agiram de forma violenta.

Ao menos 54 mil imigrantes ficaram presos na Grécia com o fechamento da rota migratória, usada por milhares de pessoas no ano passado.

Mortes de imigrantes

Menos imigrantes estão morrendo na tentativa de cruzar o mar Mediterrâneo, o que pode refletir a adoção de políticas mais eficazes para controlar o fluxo de pessoas, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta terça-feira.

Neste ano, 1.370 imigrantes e refugiados que buscavam chegar à Europa morreram no mar, quase 25 por cento a menos do que a esta mesma altura do ano passado, afirmou o porta-voz da OIM Joel Millman. A cifra inclui 13 mortes em maio, mas nenhuma delas na rota do leste do Mediterrâneo localizada entre a Turquia e a Grécia, disse.

– Atribuímos essa queda nas fatalidades à queda extremamente acentuada de pessoas que chegaram à Grécia saídas da Turquia – afirmou Millman. "Obviamente, como a rota turco-grega parece estar suspensa, esperamos que este seja o início de uma política de gerenciamento (da imigração) confiável".

– É possível, e quero enfatizar o possível, que o período de fatalidades recorrentes que ocorria desde 2013 esteja chegando ao fim agora, talvez vejamos um verão (europeu) mais seguro.

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