O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, solicitou formalmente nessa segunda-feira ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) explicações quanto às razões técnicas que ocasionaram o "apagão" ocorrido no dia primeiro de Janeiro. Segundo Victer, o "apagão" causou o desligamento completo dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, com significativas conseqüências para as populações locais, como problemas de aparelhos eletrodomésticos queimados e prejuízos ao comércio e turismo nas regiões afetadas.
- Como ainda não foi identificada uma razão clara para o ocorrido e nem tampouco sua conseqüente correção, existe a possibilidade concreta de que esta ocorrência possa voltar a ocorrer - adiantou o secretário.
Ainda de acordo com o secretário, também foi solicitado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) explicações quanto às medidas operacionais que serão adotadas e quais as contingências para que problemas como esse na interligação Cachoeira Paulista/ Adrianópolis não tenham tamanha conseqüência para todo sistema RJ/ ES.
- Esperamos que a ONS apresente uma solução que identifique como tal ocorrência poderia ter sido atenuada em relação às conseqüências e ao tempo de restabelecimento do sistema - solicitou Victer.
As conseqüências do "apagão", segundo o secretário, poderiam ter sido minimizadas caso Linha de Transmissão Ouro Preto/ Vitória, em implantação, já estivesse em operação.
- Sendo assim, esperamos que tal informação, caso seja confirmada pela NOS, seja apresentada como um firme elemento aos órgãos ambientais (IBAMA) para agilizar a retirada dos entraves que existem no licenciamento ambiental deste empreendimento, que se encontra com significativos atrasos na sua implantação - ressaltou.
Outra medida solicitada pelo secretário Wagner Victer foi que a ONS inicie imediatamente os estudos de novos procedimentos operacionais, visando aumentar a segurança do sistema RJ/ ES e reduzir o tempo de restabelecimento dos sistemas em ocorrências deste tipo. "Para isso, é necessário que as novas termelétricas Termorio (Caxias), Norte Fluminense (Macaé) e Santa Cruz (ampliação), que estão para entrar em operação comercial, os novos circuitos de Linhas de Transmissão Ouro Preto/ Vitória, Cachoeira Paulista/ Adrianópolis e Campos/ Macaé, juntamente com o sistema de geração hídrica existente, mais as usinas de Angra I e II, e também as termelétricas Macaé-Merchant e Eletrobolt, que já estão em operação, possam atuar em conjunto viabilizando tecnicamente o "Ilhamento" do sistema RJ/ES em condições excepcionais como as do "apagão" ou em outros eventos especiais.
O secretário Wagner Victer questionou também os motivos pelos quais o governo do estado, diferentemente de outras ocasiões, não foi comunicado imediatamente do problema e de sua extensão.
-O acesso imediato às informações é fundamental em uma ocorrência desta magnitude para planejarmos as ações dos diversos órgãos do Estado que têm função de mitigar os impactos, como a Defesa Civil (Corpo de Bombeiros) e a Polícia Militar - afirmou Victer.