Governo do estado diz que qualificação para licitação da Transpetro é agressão ao Rio

 A secretaria estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo publicou nota oficial afirmando que a desclassificação dos estaleiros fluminenses da pré-qualificação para a licitação dos 42 navios petroleiros da transpetro, avaliados em US$ 1,9 bilhão, é "uma flagrante agressão contra a economia e às empresas já existentes no estado do Rio e também aos empregos de dezenas de milhares de trabalhadores metalúrgicos". A nota, em nome do governo do estado, critica ainda a habilitação dos chamados estaleiros "virtuais", ou seja, as empresas que não têm unidades industriais e que se candidataram com o projeto de construir estaleiros para participar da licitação.

Dos dez grupos que se candidataram na pré-qualificação da licitação, apenas quatro foram classificados nos quesitos técnico e econômico-financeiro: Consórcio Rio Naval (Sermetal/Iesa/MPE, do Rio de Janeiro), Consórcio Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez (de Pernambuco), Estaleiro Rio Grande (do Rio Grande do Sul) e Consórcio Rio Grande (Aker Promar/Queiroz Galvão e Aker, da Noruega). Desses, apenas o primeiro, no Rio de Janeiro, já conta com um estaleiro para a realização das obras.

De acordo com a secretaria a qualificação para participar da licitação aos estaleiros "que só existem no papel" é uma "anomalia inexplicável e sem precedentes nas práticas adotadas pela indústria internacional e empresas públicas e privadas que atuam no país". A secretaria afirma ainda que acredita que a decisão da Transpetro será revertida, mas mesmo assim trará graves prejuízos à imagem das empresas desclassificadas e à atração de novos investidores brasileiros e do exterior para este segmento industrial no país.