O Brasil vai aproveitar a 26ª. Reunião de Cúpula do Mercosul para tentar solucionar o impasse criado pela Argentina com a decisão de impor restrições à importação de eletrodomésticos brasileiros. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que terá reunião com o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, para discutir o tema. E que está otimista para que não sejam efetivadas essas restrições. Os argentinos decidiram limitar a entrada de eletrodomésticos de linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupa) e sobretaxar em 21% os televisores fabricados na Zona Franca de Manaus.
No primeiro semestre deste ano, as exportações de produtos brasileiros para a Argentina aumentaram em 75,2%, e a balança comercial brasileira cresceu em US$ 1,4 bilhões com o país vizinho. Entre os eletrodomésticos, a exportação de máquinas de lavar para a Argentina aumentou em 176% no primeiro semestre de 2004 em comparação ao mesmo período do ano passado, seguido pelas exportações de geladeiras e fogões, que cresceram respectivamente 126% e 121%. O governo argentino teme uma "invasão" de produtos brasileiros que ameacem a economia do país e tem o apoio da União Industrial Argentina (UIA), que teme a concorrência com o Brasil.
A decisão dos argentinos foi divulgada no momento em que o Brasil vai receber da Argentina a presidência temporária (por seis meses) do Mercosul. Hoje, durante reunião de Cúpula com os presidentes do Uruguai, Paraguai e Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assumir oficialmente o comando do bloco econômico.
Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil vai conseguir resolver o impasse com os argentinos. "Todos os problemas que surgiram antes nós resolvemos", afirmou. Os ministros acompanham o presidente Lula no encontro do Mercosul, assim como o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Furlan quer solucionar impasse entre indústrias do Brasil e Argentina
Arquivado em:
Quinta, 08 de Julho de 2004 às 06:12, por: CdB