Os três mil funcionários da Vasp estão há mais de quatro meses sem receber e sem um horizonte previsível de solução para a situação. O último pagamento foi feito no dia 7 de dezembro do ano passado, afirmou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio. Segundo ela, alguns trabalhadores estão desde setembro sem receber. O sindicato calcula em R$ 75 milhões as dívidas trabalhistas da companhia aérea.
A empresa, que passa por uma extensa crise financeira, chegou a atrasar o pagamento dos funcionários em meados de 2004 e desde janeiro não pode mais operar vôos regulares. A sede da Vasp está lacrada desde 21 de março, por decisão da 14ª Vara do Tribunal do Trabalho de São Paulo. Como a intervenção pelo Departamento de Aviação Civil (DAC) está em discussão judicial, o TRT indicou para a função o engenheiro Mauri Mendes, no dia 22 de março, mesmo dia em que a sede da empresa foi lacrada. Menos de seis dias depois, o interventor renunciou ao cargo, antes da data de entrega do primeiro relatório, dia 31 de março.
Em seu lugar foram indicados para a empresa o Procurador do Trabalho aposentado João Pedro Ferraz dos Passos, e a Juíza do Trabalho aposentada Maria Alexandra Kowalski Motta, especificamente para fazer um levantamento do passivo trabalhista, inclusive dos salários atrasados. De acordo com a assessoria de imprensa do TRT de São Paulo, o prazo final da intervenção de Passos é dia 22 de maio, mas não há data para a entrega de um relatório.
Segundo o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Uébio José da Silva, Mendes deixou o posto de interventor porque os sindicatos do setor denunciaram a relação do engenheiro com um escritório de advocacia que cuida de processos judiciais contra a Vasp.