A frente contra o golpe agendou uma reunião com todos os governadores legalistas, para esta terça-feira, em Brasília
Por Redação - de Brasília Governadores que integram a frente legalista, contra o processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, reúnem-se nesta terça-feira para traçar a estratégia de resistência à tentativa de golpe, em curso no Congresso. Liderado por Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, o movimento de apoio ao mandato constitucional vai atuar tanto no campo político quanto nos tribunais. Dino lembrou, em entrevista a jornalistas, que o país já assistiu a uma iniciativa semelhante, quando o ex-governador gaúcho Leonel de Moura Brizola, fundador do PDT, instalou a ‘Cadeia da Legalidade’, composta por rádios e jornais que apoiavam o governo do então presidente Jango Goulart. – A inspiração foi, de fato, a campanha liderada pelo Leonel Brizola, em 1961. Se naquele ano, ele resistiu a partir do rádio, nós, hoje, vamos usar os meios de comunicação modernos, que são a internet e as redes sociais. Nós, como homens públicos, não podemos ficar impassíveis diante dessa monstruosidade que se está tentando. Lutamos muito para conquistar a democracia e não permitiremos que ela seja violentada por aventureiros e oportunistas. Aproveitamos o giro que o Ciro Gomes, agora no PDT, partido de Brizola, tem feito pelo Brasil para lançar esse movimento que, esperamos, reúna todos os verdadeiros democratas do país — disse o governador maranhense. Segundo Flávio Dino, é necessário, agora, agir tanto no campo político quanto no campo jurídico. A frente contra o golpe agendou uma reunião com todos os governadores legalistas, para esta terça-feira, em Brasília. Os nove governadores do Nordeste já assinaram uma declaração conjunta, mas outros já se manifestaram, como os do Rio de Janeiro e Minas Gerais. — Esse movimento em defesa da democracia será nacional. Além disso, espero também poder dar uma contribuição no campo jurídico. Vamos reunir pareceres de professores de direito e juristas mostrando que o que se está tentando fazer no Brasil é golpe. A propósito, desafio os defensores do impeachment a reunir não mais do que dez pareceres de professores de direito justificando o impeachment — afirma Dino, que é juiz de Direito. O magistrado, que hoje ocupa a cadeira de governador do Maranhão, lembra que “ao contrário do que alguns dizem não se trata de um julgamento apenas político. É também um julgamento jurídico, que exige um crime de responsabilidade”: — E ninguém é capaz de indicar que crime de responsabilidade foi cometido pela presidente Dilma Rousseff. Quando falam nas pedaladas fiscais de 2014, isso se refere ao mandato anterior, pelo qual ela não pode ser atingida neste segundo mandato. Quando se fala nas eventuais pedaladas de 2015, elas deixaram de existir quando o Congresso Nacional aprovou a nova meta fiscal. Se não há crime, não pode haver impeachment.Frente de governadores contra o golpe se reúne em Brasília
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Segunda, 07 de Dezembro de 2015 às 10:37, por: CdB