Francisco pede ao Congresso dos EUA que rejeite 'hostilidade' sobre imigração
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Quinta, 24 de Setembro de 2015 às 09:46, por: CdB
Por Redação, com agências internacionais - de Washington, EUA:
O papa Francisco pediu nesta quinta-feira ao Congresso dos Estados Unidos para rejeitar uma mentalidade hostil sobre imigração e reconhecer as pessoas que buscam se mudar para os EUA como pessoas que tentam melhorar suas vidas e de suas famílias.
– Construir uma nação pede que reconheçamos que precisamos constantemente nos relacionarmos com os outros, rejeitando uma mentalidade de hostilidade para adotar uma subsidiariedade recíproca – disse o papa argentino, de 78 anos, durante discurso ao Congresso, que está dividido sobre políticas migratórias.
Assumindo um espaço nunca dado a um líder da Igreja Católica, o papa Francisco fez um discurso histórico no Congresso dos Estados Unidos, que conta com 70 milhões de católicos. Falando por quase uma hora e fortemente aplaudido, o Pontífice pediu o fim da pena de morte em todo o mundo, condenou qualquer tipo de fundamentalismo, exigiu o acolhimento de imigrantes e condenou o sistema econômico atual baseado em exploração que leva à fome e à pobreza.
Além disso, Francisco pediu "coragem e audácia" aos países que têm diferenças históricas, em uma clara menção às relações diplomáticas dos Estados Unidos com Cuba e Irã. Elogiando o que chamou de "esforços feitos nos últimos meses na tentativa de superar as históricas diferenças ligadas a dolorosos episódios do passado", Francisco disse que "é seu dever construir pontes e ajudar todo homem e mulher a fazer isso". "Quando nações que estavam em desacordo retomam a via do diálogo, novas oportunidades se abrem a todos. Isto exigiu, e ainda exige, coragem e audácia", afirmou Francisco, discursando em inglês, idioma que treinou durante as férias.
No ano passado, o líder católico ajudou a mediar a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, após mais de meio século de ruptura.
Antes de visitar Washington, Francisco esteve na ilha caribenha, onde se reuniu com o presidente Raúl Castro e seu irmão Fidel, líder da Revolução Cubana. Havia uma grande expectativa sobre a possibilidade do Papa fazer um apelo contra o embargo econômico à ilha. No entanto, o tema não foi citado em seu discurso, que se limitou a exaltar a importância do diálogo e a da construção de pontes.