Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

França agradece Japão por receber reator de fusão nuclear

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Terça, 28 de Junho de 2005 às 06:57, por: CdB

O presidente Jacques Chirac celebrou nesta terça-feira um acordo que levará para a França um reator experimental de fusão nuclear, avaliado em 12,2 bilhões de dólares. Ele agradeceu ao Japão, que também reivindicava a instalação, por ter feito concessões.

- É um grande sucesso para a França, para a Europa e para todos os parceiros do Iter - disse Chirac em nota após a formalização do acordo numa reunião em Moscou da qual participavam União Européia, Rússia, China, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul.

Pelo acordo, o reator Iter (Reator Experimental Termonuclear Internacional, na sigla em inglês) será construído em Cadarache, perto de Marselha. A Comissão Européia considera esse projeto um marco histórico na cooperação científica internacional.

Chirac agradeceu à Comissão (Poder Executivo da UE) e a outros membros da União Européia por seu apoio durante as negociações.

Chirac, que em maio sofreu um duro golpe político com a rejeição da população nas urnas à nova Constituição da UE, espera obter mais uma vitória na semana que vem, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) pode escolher Paris como sede dos Jogos de 2012.

O acordo do Iter foi possível após mais de um ano de disputa com o Japão, que pretendia construir o reator em Rokkasho (norte do arquipélago). Em março, Chirac e o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, se encontraram e concordaram que a briga deveria ser resolvida com calma. Nesta terça-feira, o presidente francês enviou uma carta ao premier japonês agradecendo seu empenho para não abalar as relações bilaterais.

- Acho que podemos nos contentar por termos mantido o espírito de diálogo e confiança mútua durante as discussões - disse ele, qualificando o acordo de "equilibrado" e respeitoso com os interesses japoneses.

O objetivo do projeto Iter é imitar a forma como o Sol produz energia, o que pode levar a uma forma inesgotável de energia de baixo custo, que usaria a água do mar como combustível.

- Este acordo abre caminho para a realização, na França, desta infra-estrutura essencial para a pesquisa de energias que não emitam gases do efeito estufa - disse a nota de Chirac.

O primeiro-ministro Dominique de Villepin disse que o acordo mostra quanto os países da UE podem conseguir quando se unem para promover grandes projetos.

A obra gerará cerca de 4.000 empregos, o que é a prioridade do governo num momento em que o desemprego atinge seu maior nível em mais de cinco anos.

Chirac deve visitar Cadarache nesta terça-feira.

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